A Rua dos Fanqueiros, no coração da Baixa de Lisboa, não tem lá muito boa fama à noite. Escura, meio decadente, com umas tascas de luz branca aqui e ali, lojas de chineses vendendo suvenires de gosto duvidoso. Estacionamos numa quarta-feira às 21h quase na porta (coisa praticamente impossível no centro) e andamos dois quarteirões sempre com a sensação de ter errado o endereço. E foi só passando realmente em frente ao número 186 que, literalmente, se fez luz.
Do lado de dentro, o teto, com uma estrutura suspensa de ondas, iluminava as mesas cheias, as pessoas animadas, o simpático vai e vem dos garçons e a cozinha aberta, onde o chef Tiago Rosa fazia malabarismos com as panelas. A música estava alta. E uma taça de espumante aterrisou nas nossas mãos quase ao mesmo tempo de sentarmos.
A proposta do pequeno Terroir é adicionar uma veia contemporânea aos sabores portugueses. Entre os menus degustação, a grande aposta da casa, há pratos que incluem carne e frutos do mar, mas optamos por uma sequência vegana, com a exceção da sobremesa, que seria vegetariana. Desde que cortei a carne das refeições essa tem sido a melhor tática de avaliar uma cozinha (sem grandes pretensões): ou o chef se revela, ou o jantar vai ser tofu e risoto. Que bela surpresa!
Os snacks do chef foram logo o indício de que estávamos no bom caminho: um cubo de milho frito e algas e uma beterraba com gel para comer com as mãos, ambos deliciosos. E seguiu com uma sequência de sutilezas:
Sempre evitou as ruas da Baixa (como eu!) para um jantar especial? Vai por mim: está na hora de rever seus conceitos. Saiba mais sobre o Terroir
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