Além-mar

Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, quase dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
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Pequeno dicionário dos mariscos portugueses

Percebes, berbigão, lingueirão, bruxa... Conheça o maravilhoso mundo dos frutos do mar portugueses

Por Rachel Verano
Atualizado em 16 abr 2024, 19h26 - Publicado em 25 jan 2019, 13h25
Percebes: aparência medonha e sabor supreendente
Percebes: aparência medonha e sabor supreendente (Bruno Barata/Reprodução)

Esqueça (ainda que momentaneamente) o bacalhau. Outra paixão dos portugueses, bem menos conhecida, são os mariscos, e aqui eles não brincam em serviço. A água gelada da extremidade do continente europeu presenteou o país com uma variedade rara e deliciosa de bichinhos do mar. Para conhecê-los, rume a uma boa cervejaria – é como as marisqueiras geralmente são conhecidas – e deixe o preconceito da porta pra fora. O que você vai ver é um desfile de conchas, cascos e patas carnudas, tudo fresquinho, como talvez jamais tenha visto. Deixe chegar os pães quentinhos com manteiga, peça uma imperial bem gelada e voilà! Aqui vai um pequeno dicionário para orientar as escolhas:

Percebes

De aparência amedrontadora, parecem patas de dinossauro, com unhas gigantes. Basta romper a capinha que parece couro e pronto: o recheio macio se revela. Raros, crescem nas rochas onde o mar bate com força e têm um delicado sabor de maresia. São imperdíveis.

Santola

Caranguejo gigante de tentáculos compridos, casca avermelhada e carne super macia.

Sapateira

Outro caranguejo de casca avermelhada, ligeiramente menor e mais arredondado que a santola. O mais comum é servirem um patê no casco, acompanhado das gordas patinhas, que precisam ser quebradas com um martelo. A carne é levemente adocicada.

Sapateira e sua versão de estrela: patê no casco e patas gordinhas recheadas de carne
Sapateira e sua versão de estrela: patê no casco e patas gordinhas recheadas de carne (Bruno Barata/Reprodução)
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Amêijoas

São as conchinhas mais amadas de Portugal, semelhantes ao que conhecemos como vôngole no Brasil. A receita mais típica é a Bulhão Pato, que leva alho, coentros e vinho branco.

Lingueirão

É também conhecido como peixe navalha ou canivete por causa do formato de sua concha, estreita e comprida, que por vezes pode medir quase 20 centímetros. Uma das receitas mais apreciadas é o arroz de lingueirão.

Berbigão

Outro bivalve de conchinhas, é primo das amêijoas e pode ser preparado de diferentes maneiras, inclusive à Bulhão Pato, com molho de tomates ou “de cebolada”.

Choco

A melhor comparação, a meu ver, é imaginar uma lula gigante. Os filés, extremamente macios, são geralmente servidos fritos, empanados em uma fina casca de farinha de milho. Para acompanhar, gotinhas de limão. É a marca registrada da região de Setúbal.

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Amêijoas a Bulhão Pato: vinho branco, alho, coentros e um eterno gostinho de quero mais
Amêijoas a Bulhão Pato: vinho branco, alho, coentros e um eterno gostinho de quero mais (Bruno Barata/Reprodução)

Bruxas

Elas lembram cigarras, mas há quem prefira compará-las a minilagostasa. Estes crustáceos pequeninos têm a casca marrom avermelhada e a carne bem saborosa.

Carabineiro

Ficam entre os lagostins e os camarões. São grandes, compridos, vermelhos e deliciosos.

Conquilha

Também chamada de cadelinha do mar, são umas conchas coloridinhas que ficam na areia, perto da arrebentação. A preparação mais comum (e saborosa) é simples e certeira: azeite, alho, coentros e só.

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