Continua após publicidade

Pernambuco

Por Adrian Medeiros
Atualizado em 6 mar 2019, 15h19 - Publicado em 9 set 2011, 20h06

No século 16, portugueses e holandeses brigaram muito para decidir quem ficava com esse pedaço do Nordeste do Brasil, enquanto escravizavam negros africanos e índios nativos. As marcas da mistura cultural desde a colonização ainda hoje desfilam por Pernambuco, na arquitetura, na culinária e especialmente na batida musical. Ritmos regionais como maracatu, xote e baião foram dar no manguebeat, uma das manifestações artísticas mais importantes do país na década de 1990. Desde 2004, o festival No Ar Coquetel Molotov agita Recife em setembro, com novidades do mundo da música.

Publicidade

E Pernambuco não deixa por menos ao apresentar suas praias. Até porque, apesar de estar a mais de 500 quilômetros de distância, Fernando de Noronha lhe pertence e lhe dá o direito de contribuir com o ranking das mais belas do país. Assim não vale? Não tem problema, porque a pequena costa de Pernambuco, com pouco mais de 185 quilômetros, dá conta do recado com outros pedaços incríveis de areia e mar. Quem já esteve na celebrada Porto de Galinhas e na quase selvagem Praia dos Carneiros, em Rio Formoso, aplaude e quer voltar.

Publicidade

Desembarcar na calorosa capital, Recife, é uma delícia. Com cerca de 1,5 milhão de habitantes, recebe os visitantes com museus, praças, teatros, feiras. Pontes, fortes, palácios, monumentos e os rios Capibaribe e Beberibe completam o cenário que inspirou a poesia do escritor da terra, João Cabral de Melo Neto.

Um pulo e estamos na luminosa Olinda, também repleta de igrejas centenárias, mosteiros, casas e ateliês com fachadas de um colorido vibrante. No carnaval, as duas cidades, distantes apenas 6 quilômetros uma da outra, disputam para saber qual é mais animada. Quem tentar descobrir deve estar ciente de uma coisa: uma vez ali, não tem como escapar da folia, é preciso seguir o ritmo da multidão.

Publicidade

Sossego se busca (fora do período carnavalesco, que fique bem claro), na Ilha de Itamaracá e suas ruas sombreadas por cajueiros e mangueiras. Por lá o Forte Orange conserva a arquitetura original da ocupação holandesa e é um dos principais pontos turísticos. Bem em frente, fica a Ilhota Coroa do Avião, um banco de areia com águas cristalinas e um ou outro barzinho para relaxar. Mas, ao longo do comprido território de Pernambuco, a partir do Atlântico até encostar no Piauí, vão se abrindo paisagens igualmente atraentes: agreste, serras, cachoeiras, caatinga e sítios arqueológicos. De olho na Copa do mundo 2014, na qual Recife será uma das sedes, o governo do estado faz campanha para incentivar os turistas, inclusive os pernambucanos, a levar o calor de sua torcida também para o interior.

Para os fãs de arvorismo, tirolesa, trilhas e cachoeiras, a dica é Bonito, a pouco mais de 130 quilômetros da capital. Mais adiante está Caruaru, que nos festejos juninos costuma receber 1 milhão de turistas no ritmo de forró e quadrilhas. Até quem gosta de friozinho tem seu lugar reservado em Pernambuco: Garanhuns, a 800 metros de altitude, se orgulha de seu bem montado festival de inverno em pleno agreste nordestino. A turma do ecoturismo pode rumar para a Serra do Catimbau, entre o agreste e o sertão, onde um parque nacional abriga formações rochosas, sítios arqueológicos e cavernas. Por fim, na pontinha sudoeste, na divisa com a Bahia, Petrolina brinda o resultado de modernas tecnologias de irrigação que fizeram do Vale do São Francisco um polo de produção de uva, com vinícolas que colocam a cidade no charmoso roteiro do enoturismo.

Publicidade

COMO CHEGAR

Via aérea, o principal portão de entrada para o estado de Pernambuco é o aeroporto de Jaboatão dos Guararapes, cidade vizinha à capital Recife. Ônibus urbanos que saem de lá levam os turistas até os bairros de Boa Viagem (dez minutos) e Centro (25 minutos) – o táxi para a maioria dos hotéis custa, em média, R$ 25.

Publicidade

Por terra, a rodoviária, também no município vizinho, é ligada ao Centro por metrô. Quem vem de carro desde Paraíba ou Alagoas acessa a cidade pela BR-101 – em boa parte duplicada, dentro do estado. A partir de Alagoas, há a alternativa de chegar pela AL-101, margeando o litoral, passar para a PE-060 e, finalmente, para a pedagiada PE-009. A estrada que liga Recife ao interior pernambucano é a BR-232, duplicada até Caruaru.

Publicidade