Mudanças empolgantes aconteceram no Palácio de Versalhes durante a pandemia. A que mais chamou atenção foi provavelmente a inauguração de um hotel de luxo dentro do complexo, o Le Grand Contrôle, em junho de 2021. Mas passou quase despercebida a reforma de € 1,8 milhão, que aconteceu em algumas salas da atração e está quase totalmente concluída.
Um desses espaços foi construído pelo Rei Luís XIV para servir como uma quadra de “jeu de paume”, versão anterior ao tênis atual (se quiser saber mais, o livro O Espelho de Versalhes, de Raphael Prats, aborda justamente as obras de ampliação encomendadas pelo monarca). Mais de um século depois, o salão viu nascer a democracia francesa: em 1789, representantes da burguesia e das classes populares juraram não deixar o recinto até terminarem de redigir a primeira constituição da França.
Em outro canto do palácio, os aposentos de Luís XVI voltaram a fazer parte do circuito depois de 18 meses de reforma. Os responsáveis pelas restaurações tentaram fazer com que as salas parecessem quase exatamente como eram quando os Bourbon estavam no auge do seu poder e pompa, no século 18.
Também reabriram os apartamentos das filhas do rei Luís XV, com obras de Jean-Baptiste Oudry representando fábulas de La Fontaine; a Salle des Hoquetons, área destinada aos guardas do palácio; e o apartamento dos capitães das guardas, que guardam algumas das obras de arte mais importantes de Versalhes.
Já os quartos da Madame Du Barry, que era amante de Luís XV, devem reabrir entre junho e agosto de 2022. Em tempo: o livro Amantes e rainhas, da escritora italiana Benedetta Craveri, aborda as mulheres que, de uma forma ou de outra, fizeram parte da corte francesa.
Com as reaberturas, agora todo o andar térreo da construção pode ser visitado. O Palácio de Versalhes funciona de terça-feira a domingo das 9h às 18h30. Os ingressos podem ser adquiridos no site e custam a partir de € 18.