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Santiago de Cali é a capital da salsa na Colômbia

Na cidade, o gingado caliente se mistura a belas heranças canônicas

Por Bruno Favoretto
5 jun 2017, 12h41

Temperaturas calientes, montanhas, uma dança típica e sexy aqui e acolá e um Cristo abençoando essa malemolência lá do alto. Semelhanças nesse lifestyle remetem ao Rio de Janeiro, mas um detalhe ratifica a coisa apenas como semelhança: não há mar(!).

Capital do departamento do Valle del Cauca e da salsa, Santiago de Cali, famosa pelo sobrenome, convive com uma brisa vinda do Pacífico que compõe o clima local, cálido à beça no verão. Uma vez em Armenia, Zona Cafetera, 180 quilômetros conduzem à cidade do requebrado, a quarta mais visitada da Colômbia.

Claro, estamos no Terceiro Mundo, e punguistas o habitam, legado do nefasto cartel de drogas dos irmãos Gilberto e Miguel Rodríguez Orejuela; portanto, fique esperto(a) nas ruas, como no Brasil.

Tanto calor livra o espírito das amarras, do superego, e contagia o quadril ao mínimo soar da salsa. É tipo assim: as pernas se cruzam com tamanha velocidade que parecem programadas há tempos para seguir o ritmo salseiro. E estão. A maioria dos moradores baila desde chiquito.

Mais rápida que aquela dançada em Cuba ou na República Dominicana, a salsa caleña é ensinada em várias escolas, inclusive com programas para viajantes como o da Rucafe. As escolas avisam, porém, que, em menos de uma semana, ninguém vai se tornar um pé de valsa. Ao ver o professor conduzir a aula com “Uno, dos, tres…” compassados, até parece fácil. Não é.

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Mais comedido é se contentar em conferir o Delírio, show de salsa na Escuela Nacional Circo para Todos.

Agitos à parte, Cali é pacata, menos nas imediações das canchas do América e do Deportivo Cali, clubes futebolísticos com hinchas fanáticos, e nos caprichosos e turísticos exemplares religiosos. Curte? Bom plano é estacionar o carro na central Plaza de Cayzedo e admirar a arquitetura de La Catedral e das iglesias de La Merced, com museu arqueológico, e de San Francisco.

Já o Cristo está no topo de uma das muitas montanhas ao redor. É que a maior parte de Cali se mantém rural, e o povo dessa área recebe a gente orgulhoso de seu estilo de vida em casas/haciendas simples e ajardinadas.

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Nem parecem comungar da mesma Cali de agitada noite, de quatro zonas gourmet (Granada, Perro, Ciudad Jardín e Peñon) e que sedia, creia, clínicas de cirurgia plástica famosas mundialmente.

Texto publicado na edição 257 da revista Viagem e Turismo (março/2017)

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