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Roteiro independente pelo Jalapão

Com um 4x4, mapas e um espírito desbravador, você conhece o roots Jalapão no seu tempo. O destino foi cenário da novela das nove, O Outro Lado do Paraíso

Por Ludmilla Balduino
Atualizado em 7 mar 2021, 08h39 - Publicado em 24 out 2017, 18h27

A frase “O Jalapão é bruto” é repetida quase como um mantra pelos moradores desses confins do Tocantins, e com razão. As estradas de terra são péssimas e pioram quando chove. Mesmo assim, é possível se virar sem guia, mas não sem um 4×4. Em Palmas, a Rent Cars e a Norte Tur alugam veículos tracionados. Some a isso um smartphone com o Google Maps da região salvo off-line (praticamente não existe conexão de celular), além de mapas fornecidos por qualquer pousada e não há erro. Partindo de Palmas, sugiro começar por Taquaruçu, cidade que guarda dezenas de cachoeiras em seu entorno, como a do Evilson, uma lindeza de queda abraçada por paredões de um cânion, formando um semicírculo.

Estrada precária no Jalapão. Tocantis
As estradas no Jalapão são sempre precárias (Luciano_Queiroz/iStock)

Na cidade de Ponte Alta, parada obrigatória é o Cânion Sussuapara. Se houve inspiração na natureza para a criação dos jardins verticais urbanos, bem poderia ter surgido dali, graças à grande variedade de plantas brotando de seus paredões. Depois, siga para o leste pela TO-255, onde estão as atrações mais famosas: a Cachoeira da Velha (volumosa queda-d’água, mas apenas para contemplar), as dunas douradas e a trilha para o Mirante da Serra do Espírito Santo. A cidade de Mateiros é ideal para abastecer o carro e muitos a usam como base para explorar a região em bate e voltas diários. As pousadas ali lotam fácil – por isso é recomendável reservar com antecedência. Em seguida, siga pela TO-110, rumo norte, para visitar o povoado de Mumbuca, formado por descendentes de quilombolas que hoje vivem do artesanato do capim-dourado, e, o grande hit, os fervedouros, que são as nascentes de água fria e cristalina que surgem das entranhas da Terra com uma pressão muito forte, o que torna impossível afundar. Há dezenas deles, mas sugiro o do Ceiça e o Encontro das Águas, rodeados por bananeiras e com fendas muito grandes, de onde brotam as nascentes.

Cachoeira no Jalapão, Tocantins
(ErikaKirky/iStock)

A areia calcária não se mistura com a água, e nadar naquilo vira uma experiência sensorial. O ponto alto do passeio fica ao norte, a Cachoeira do Formiga, com sua hipnotizante piscina verde-água profunda, cristalina – e muvucada. Quem estiver com veículo próprio ou acampando no lugar pode e deve aguardar até as excursões irem embora. Leve dinheiro em espécie para entrar nas atrações (varia entre R$ 10 e R$ 30). Há boa oferta de campings, sendo os melhores em Rio Novo (perto das dunas), na Cachoeira do Formiga e em Gorgulho.

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