A diminuição da poluição no Himalaia tem um lado preocupante
A boa notícia é que a cordilheira se tornou visível após 30 anos. E a nem tão boa é que a ausência de montanhistas deve abalar bastante a economia da região
Ao mesmo tempo que impactam a economia, as medidas tomadas para conter o avanço do coronavírus têm beneficiado o meio ambiente.
Na Índia, a diminuição da circulação de carros e o fechamento das indústrias refletiu diretamente nos índices de poluição: após 21 dias de confinamento, o India’s Central Pollution Board disse que houve uma melhoria significativa na qualidade do ar.
O céu mais limpo fez com que residentes do norte do país pudessem avistar as montanhas dos Himalaias, coisa que não acontecia há três décadas. Além disso, os moradores relatam que as estrelas voltaram a ser visíveis à noite.
As imagens foram compartilhadas pelos indianos em suas contas no Twitter e logo começaram a repercutir.
Por outro lado, o coronavírus está prejudicando fortemente essas mesmas cidades do norte, que geralmente estão fervilhando nessa época do ano por causa da temporada de escaladas ao Monte Everest.
Só no ano passado, um número recorde de 885 pessoas chegou ao topo do Monte Everest, o que gerou inclusive filas no alto da montanha e um questionamento sobre a banalização de um percurso que pode custar a vida de quem não tem experiência em montanhismo.
Geralmente, é em abril e maio que as famílias garantem seu sustento para todo o ano. Além das lojas e dos restaurantes estarem com o movimento zerado, muitos moradores da região trabalham como “sherpas”, nome pelos quais são conhecidas as pessoas que ajudam os montanhistas no Himalaia.
Esses guias costumam ganhar entre US$ 5 mil e US$ 10 mil durante a estação. Até agora, o governo não confirmou se fornecerá uma ajuda econômica emergencial a essas famílias.