Comida orgânica já não é a expressão misteriosa de anos atrás. Foi-se o tempo em que apenas a feirinha do Parque da Água Branca comercializava alimentos livres de agrotóxicos. Hoje supermercados mantêm em suas gôndolas esses produtos, que são certificados por instituições especializadas. Mas há uma “categoria” menos conhecida. É a dos alimentos biodinâmicos, que, além de estarem livres de pesticidas, herbicidas, hormônios e antibióticos, ainda tiram partido de uma maximização dos elementos naturais – clima, solo e até fases da lua. Preparados biodinâmicos para o solo envolvem ervas medicinais e foram divulgados nos anos 1920 por Rudolf Steiner, o pai da antroposofia. Uma feirinha de biodinâmicos ocorre há dois anos na Rua São Benedito, em Santo Amaro, todas as quintas. São nove barracas e fregueses de aguda consciência ambiental: vão com suas sacolas de pano e destinam o óleo de cozinha usado ao fabrico de sabão. Os próprios agricultores expõem seus produtos. Como Marcelo Veríssimo da Costa, 17 anos na lida. “As pessoas sabem que colhemos tudo um dia antes de vir para cá”, diz. Do outro lado, a socióloga Wanda Ribeiro diz que os produtos lembram “os sabores de infância”. Como na Água Branca, a feirinha também tem café e bolo para quem quiser fazer uma boquinha. Estuda-se levar a feira à Vila Madalena, mas não há prazo para isso.
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Orgânico, não, biodinâmico
Feirinha de Santo Amaro, em São Paulo, vende todas as quintas alimentos produzidos segundo as fases da lua
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