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Londres dá exemplo de austeridade e sustentabilidade nas Olimpíadas

Em meio à crise econômica internacional, os responsáveis pelas obras se adaptaram aos novos apertos no orçamento

Por Renata Giraldi, da Agência Brasil
Atualizado em 16 dez 2016, 08h32 - Publicado em 27 jul 2012, 12h54

Mais de 4 bilhões de pessoas devem acompanhar hoje (27) a cerimônia oficial de abertura das Olimpíadas de Londres a partir das 20 horas de Londres (16 horas em Brasília) que contará com um espetáculo, mantido em segredo, e o desfile das delegações dos 192 países e 13 territórios. A solenidade será no Estádio Olímpico, um dos locais especialmente preparados para o maior evento esportivo do mundo.

Às vésperas da abertura das Olimpíadas, o governo do Reino Unido foi informado que a produção de riquezas do país caiu 0,7% entre abril e junho. Foi o terceiro trimestre consecutivo de queda no Produto Interno Bruto (PIB), acentuando ainda mais a percepção de que a crise se agrava no país.

O orçamento de Londres praticamente triplicou desde que a cidade foi escolhida para sediar os Jogos Olímpicos, em 2005. Mas em meio à crise econômica internacional, os responsáveis pelas obras se adaptaram aos novos apertos no orçamento e entregaram todas as instalações nos prazos previstos e pelo valor equivalente a 30 bilhões de reais, abaixo do que foi posteriormente negociado.

Apelidados de Jogos da Austeridade em meio ao contexto econômico de crise internacional, as Olimpíadas de Londres vão deixar um legado avaliado entre 10 e 13 bilhões de libras, valor que varia de R$ 31 a R$ 41 bilhões. Parte dos investimentos contribuiu para reabilitar a região leste da capital, que ganhou um parque olímpico novinho e que trouxe melhorias na rede de transporte, infraestrutura, comércio e moradia.

Londres deixa um exemplo ao conjugar rigor orçamentário com sustentabilidade pois a cidade foi escolhida também pelo projeto que privilegiou aspectos de respeito ambiental. Foram feitas obras que serão parcialmente desmontadas e reaproveitadas em outros locais, como a arena de basquete, que será totalmente desfeita e as arquibancadas para 12 mil pessoas deslocadas para o autódromo de Silverstone e outros locais.

O próprio Estádio Olímpico, maior palco dos Jogos, foi construído com 80 mil lugares, mas apenas 25 mil são permanentes. O futuro proprietário do local decidirá o destino das arquibancadas moduláveis.

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Apesar da tensão, as autoridades britânicas se esforçaram para manter o clima de festa e receptividade a turistas que estão em Londres. Em Londres, há bandeiras do Reino Unido e de vários países estendidas nas árvores, além dos cinco anéis que simbolizam os Jogos Olímpicos.

Os organizadores enfrentaram muitos problemas na reta final, como a ameaça de greve de agentes da imigração, em busca de uma remuneração extra pela sobrecarga de trabalho, assim como taxistas que protestam contra o uso exclusivo de uma faixa nas ruas só para atletas e dirigentes olímpicos, e até a convocação de última hora de 1,2 mil militares para garantir a segurança.

Os militares foram convocados depois que a empresa contratada para o serviço anunciou que não tinha como garantir todos os agentes, inicialmente, destinados ao evento. A rede de transporte para o as regiões da cidade como o Parque Olímpico está saturada. Mas autoridades pedem paciência para a população e os turistas já que não há muito o que fazer.

É a terceira vez que Londres sedia o maior evento esportivo do planeta, após ter organizado o evento em 1908 e 1948. A expectativa é atrair, nos próximos 17 dias, mais de 1 milhão de visitantes de várias partes do mundo. As estimativas das autoridades são as de que a receita com o turismo chegue a 1 bilhão de libras (cerca de R$ 3,16 bilhões), nas duas semanas do evento.

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