Em comemoração ao centenário de nascimento de Jorge Amado, o Museu da Língua Portuguesa inicia hoje (17) a mostra Jorge Amado e Universal, que reúne um acervo com fatos da vida e da obra do escritor baiano, como fotografias, objetos, folhetos de cordel, filmes, entre outros itens, sendo que parte deste conteúdo ainda não foi visto pelo público.
Dividida em módulos, a mostra privilegia não só o autor, mas também os personagens de suas mais célebres obras. Dentro os mais de mil nomes, nove foram escolhidos por representar a diversidade e abrangência da obra em diversos períodos: Gabriela e Nacib (Gabriela Cravo e Canela, 1958), Dona Flor (Dona Flor e seus Dois Maridos, 1966), Os capitães da areia (Capitães da Areia, 1937), Pedro Arcanjo (Tenda dos Milagres, 1969), Antonio Balduíno (Jubiabá, 1935), Guma e Lívia (Mar Morto, 1936), O Menino Grapiúna (O Menino Grapiúna, 1981), Santa Bárbara (O Sumiço da Santa, 1988) e Quincas (A Morte e a Morte de Quincas Berro d’Água, 1961).
Eles terão destaque em materiais audiovisuais que ajudam a contextualizar os personagens e os livros. São datiloscritos com correções feitas à mão por Jorge Amado, ilustrações das obras, fotos que remetem ao universo dos romances e algumas curiosidades, como produtos e restaurantes que levam nomes dos personagens. Cada monitor terá também um trecho locutado da obra em questão.
A faceta política do escritor também será o tema de um dos ambientes da exposição, em um espaço que lembra as máquinas rotativas de jornais, estão fotos de viagens a países comunistas e são mostrados trechos das obras escritas nesse período. Militante do comunismo por mais de 25 anos, ele chegou a ser eleito Deputado Federal por São Paulo.
Um terceiro espaço discutirá as misturas que, segundo Jorge Amado, caracterizam o Brasil – sobretudo a miscigenação e o sincretismo religioso.Há também uma sessão dedicada ao erotismo e malandragem, elementos presentes nas obras do escritor.
As traduções para 49 línguas das obras escritas ao longo de 89 anos também estão representadas em uma sala onde os visitantes podem ter contato as primerias edições de obras do autor escritas em outros idiomas
O coração da exposição, no entanto, está no grande acervo disponibilizado pela mulher do escritor, Zélia Gattai e pertencentes a Fundação Jorge Amado. São imagens que mostram o escritor em diversas fases e em encontros com personalidades como Tom Jobim e Fidel Castro. Também estão disponíveis cartas originais que o escritor, morto em 2001, recebeu de amigos como Carlos Drummond de Andrade e François Mitterrand.
Jorge Amado e Universal fica até 22 de julho na capital paulista, seguindo para o Museu de Arte Moderna da Bahia – de 10 de agosto a 14 de outubro de 2012. Estão previstas ainda montagens de Jorge Amado e Universal em mais oito capitais no Brasil, como Recife, Rio de Janeiro e Brasília, e pelo menos duas cidades no exterior – Buenos Aires está na rota da exposição.
Exposição Jorge Amado e Universal
Quando: de 17 de abril a 22 de julho – de terça-feira a domingo, das 10h às 18h, sendo que a bilheteria fecha às 17 horas.
Onde: Museu da Língua Portuguesa – Praça da Luz, s/nº Centro – São Paulo – SP
Quanto: R$ 6 para o público em geral / R$ 3 para estudantes. Aos sábados os ingressos são gratuitos