Implosão de prédio de Pablo Escobar coloca um fim no narcoturismo
Edifício em ruínas foi colocado a baixo pela prefeitura de Medellín, que no lugar construirá um memorial dedicado às vítimas do narcotráfico na Colômbia
O Edifício Mônaco, prédio usado como fortaleza por Pablo Escobar, chefe do cartel de Medellín nas década de 1980 e 1990, foi demolido nessa sexta-feira (22), em Medellín. A intenção da prefeitura é combater o narcoturismo. No lugar do imóvel, deverá ser construído um memorial para as vítimas do narcotráfico, que transformou Medellín em uma cidade extremamente violenta e deixou mais de 45 mil mortos.
No Twitter, a prefeitura da cidade (@ConcejoMedellin) compartilhou uma postagem do vereador Hector Preciado (@hectopre), com o seguinte texto: “A implosão do Edifício Mônaco transforma uma época de violência em pó. Hoje recordamos as vítimas, transformando esse espaço em um lugar de natureza para semear a esperança e celebrar a vida”.
O Edifício Mônaco foi cenário de um atentado em 13 de janeiro de 1988, quando o Cartel de Cali atacou o prédio que abrigava Escobar e sua família. Com a explosão de um carro-bomba, o ataque feriu a filha de Escobar e destruiu uma parte do patrimônio do narcotraficante, como carros e coleções de arte. Depois do acontecimento, se iniciou um combate sangrento entre os cartéis de Medellín e de Cali.
O imóvel tinha 12 apartamentos, 2 piscinas, 34 vagas de estacionamento, uma quadra de futebol e um apartamento de dois andares na cobertura, que foi casa de Escobar e sua família. Após o atentado, o prédio ficou em ruínas e nunca foi restaurado.
A demolição foi um evento na cidade e deve marcar um momento importante no governo de Medellín, que vem tentando diminuir os “narcotours”, passeios oferecidos na cidade para conhecer pontos emblemáticos da época do narcotráfico.
Desde 2018, a prefeitura colava cartazes no edifício com a intenção de conscientizar os visitantes dos horrores que os moradores viveram nas décadas de 1980 e 1990. Um dos cartazes continha o texto: “Respeite a nossa dor, honrem nossas vítimas (1983-1994). 46.612 vidas a menos”.