As 20 mesquitas mais sagradas e import...

Cúpulas que desafiam as leis da gravidade, minaretes imponentes que riscam o céu, azulejos decorados, mosaicos coloridos, orações traduzidas em arte caligráfica, tapetes, candelabros e fontes de água de beleza inigualável.

Mesquitas são as construções mais expressivas da arquitetura islâmica e revelam muito da cultura da religião. No princípio, elas eram espaços ao ar livre, mas sua forma mudou de acordo com o acréscimo de funções e influências de outros estilos arquitetônicos, até que se consolidou o inconfundível conjunto de cúpulas + minaretes (torres de onde são anunciadas as cinco chamadas diárias à oração) característicos das casas de culto islâmico.

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Além da sua função primordial de abrigar os fiéis em oração, as mesquitas também são espaços de convivência. Muitas das construções têm jardins, pátios internos, escolas islâmicas, casas de banho, salões de conferências e outras necessidades da comunidade muçulmana ao longo dos séculos.

Outra característica que distingue as mesquitas de outras casas de culto é a ausência de qualquer imagem de pessoa ou animal, uma vez que elas são proibidas – não é possível encontrar uma pintura sequer de Maomé em uma casa muçulmana tradicional.

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No lugar de estátuas e afrescos que estamos acostumados a visitar em igrejas, prepare-se para admirar mosaicos abstratos, ilustrações de plantas e a intrincada arte caligráfica que transforma frases inteiras do Corão em uma única imagem (elas por vezes até tomam formas humanoides e animalescas).

**1/20** Localizada em Mecca, é a mesquita mais importante para os muçulmanos e também a maior mesquita do mundo, com mais de 400 mil m². Seu tamanho tem um motivo: ela cerca o lugar mais sagrado do Islã, a Caaba. É para lá que todo muçulmano se ajoelha e se curva na hora das orações e também o principal destino de peregrinação do Islã.A Caaba, uma construção em forma de cubo de pedra escura de apenas 50cm de de cada lado, fica no centro da mesquita. Segundo a história do Islã, quando Maomé repudiou os deuses pagãos, Alá poupou a Caaba e tornou-a um centro da nova fé. A Mesquita Masjid al Haram circunda a Caaba, tem 9 minaretes e acomoda até 4 milhões de pessoas rezando em seu interior, incluindo as áreas cobertas e descobertas. Enquanto no resto do mundo os muçulmanos rezam para uma direção (voltados para Mecca), na Al Haram eles se organizam em círculos em volta da Caaba *(iStock)*

**2/20** Foi construída pelo Profeta Maomé e ficava ao lado de sua casa em Medina, para onde se mudou em 622. É o segundo lugar mais sagrado do Islã, a segunda mesquita construída no mundo e a segunda maior do mundo, perdendo só para a Al Haram. A construção original era um edifício descoberto – a mesquita ainda conserva muitas áreas abertas, que hoje estão cobertas por essas sombrinhas gigantes e belas (foto). Ainda que tenha passado por muitas reformas, a planta básica de Al Nabawi se manteve e inspirou a arquitetura de diversas mesquitas ao redor do mundo. Na época de sua construção, ela também serviu como centro comunitário, corte marcial e escola religiosa. No centro da mesquita, hoje, está a Cúpula Verde, o mausoléu que guarda o corpo do Profeta Maomé *(iStock.com/)*

**3/20** O terceiro local mais sagrado do Islã está no mesmo espaço que é considerado o mais sagrado para os judeus, o Monte do Templo, onde Abraão teria se preparado para sacrificar seu filho a comando de Deus. No mesmo monte foi erigida uma igreja em 530, consagrada à Nossa Senhora (hoje restam apenas ruínas). Muçulmanos acreditam que o Profeta foi transportado fisicamente da Mesquita Sagrada (Al Haram) até Al Aqsa na chamada Jornada Noturna e liderou ali outros profetas em oração por 17 meses, quando Alá ordenou que ele retornasse à Caaba em Meca. Originalmente, a mesquita era uma pequena casa de orações, mas sofreu diversas reformas até chegar ao edifício atual em 1035 (que já foi reformado e expandido diversas vezes desde então) *(iStock.com/)*

**4/20** Mesquita de grande significado para xiitas e sunitas tradicionais, é considerada por alguns o 4º lugar mais sagrado do islã. Foi construída no local onde antes havia uma basílica cristã dedicada a São João Batista e acredita-se que sua cabeça decepada está enterrada em algum lugar lá dentro. João Batista também é considerado profeta no islamismo. A família do Profeta Maomé caminhou do Iraque até a Mesquita Umayyad após a Batalha de Karbala em 680 d.C. – uma distância de 800 km! Tal é a importância da mesquita que muçulmanos acreditam que este é o local para onde Jesus (também um profeta para o Islã) irá retornar no Fim dos Tempos *(iStock.com/)*

**5/20** Localizada ao lado da Al Aqsa, também no topo do Monte do Templo, muitas vezes elas são confundidas entre si ou consideradas partes de um mesmo complexo, porém elas têm origens e razões de existir bem diferentes. Foi completada em 691 já com sua forma atual (é um dos exemplos de arquitetura islâmica mais antigos do mundo) após o cerco muçulmano à cidade, que na época era dominada por católicos. É um dos monumentos mais conhecidos de Jerusalém. Sua estrutura e mosaicos foram inspirados em igrejas bizantinas, em especial a Capela Bizantina de Maria, construída em 458 na estrada entre Jerusalém e Belém. Essa magnífica cúpula dourada foi construída para rivalizar as cúpulas de outros monumentos religiosos da cidade na época e tinha o mesmo tamanho que o da Igreja do Santo Sepulcro, destruída em 1009 (e depois reconstruída em 1048). O exterior da Cúpula da Rocha foi coberto de mosaicos de azulejo durante o século 16, sob o mando do sultão otomano Suleiman, o Magnificente. *(iStock.com/)*

**6/20** Construída de 1609 a 1616, sua beleza principal está nos detalhes caligráficos e de mosaicos azuis de seu interior. São mais de 20 mil azulejos azuis decorando as paredes da mesquita. É um monumento coberto enorme, com 5 cúpulas principais, 8 secundárias e seis minaretes. À sua frente está a famosa Basílica de Santa Sofia, que foi construída para ser uma igreja, utilizada como mesquita e hoje restaurada como museu que exibe os elementos cristãos e islâmicos do monumento. Construída depois, a mesquita do sultão Ahmed incorpora elementos bizantinos inspirados na Santa Sofia com arquitetura otomana *(iStock.com/)*

**7/20** A maior mesquita do Marrocos e 7ª maior do mundo, Hassan II tem o minarete mais alto de todos, com 210 metros completamente decorados com mosaicos coloridos. A mesquita está parcialmente em terra e parcialmente sobre uma plataforma artificial que se projeta para o mar. Sua construção acabou em 1993 – muito nova em comparação com outras mesquitas da lista – e sua estrutura mistura elementos de arquitetura islâmica e marroquina. Além da mesquita, o complexo inclui uma madrassa (escola islâmica), casas de banho, um museu de história marroquina, salões de conferência e uma biblioteca enorme. 41 fontes de água estão distribuídas pelo local e seus jardins são frequentemente usados para piqueniques familiares *(iStock.com/)*

Construída pelo grande imperador Suleiman em 1558 (que também erigiu belíssimas mesquitas em outras cidades do então Império Otomano), é a maior mesquita de Istambul. Sua arquitetura que mistura elementos bizantinos e otomanos tem inspiração também na Cúpula da Rocha em Jerusalém e na <a href="https://viajeaqui.abril.com.br/estabelecimentos/turquia-istambul-atracao-santa-sofia" target="_blank">Santa Sofia</a>. Além da mesquita, o complexo original abrigava um hospital, uma escola primária, banhos públicos, um espaço para instalação de caravanas, quatro madrassas (escolas islâmicas), uma escola de hadith (técnica de caligrafia muçulmana que cria imagens com palavras), uma faculdade de medicina e uma cozinha pública que servia comida aos pobres. Muitas dessas estruturas ainda existem — **8/20** Construída pelo grande imperador Suleiman em 1558 (que também erigiu belíssimas mesquitas em outras cidades do então Império Otomano), é a maior mesquita de Istambul. Sua arquitetura que mistura elementos bizantinos e otomanos tem inspiração também na Cúpula da Rocha em Jerusalém e na Santa Sofia. Além da mesquita, o complexo original abrigava um hospital, uma escola primária, banhos públicos, um espaço para instalação de caravanas, quatro madrassas (escolas islâmicas), uma escola de hadith (técnica de caligrafia muçulmana que cria imagens com palavras), uma faculdade de medicina e uma cozinha pública que servia comida aos pobres. Muitas dessas estruturas ainda existem *(iStock.com/)*

**9/20** Construíra no começo do século 17, essa mesquita não tem pátio interno nem minarete, o que causa um estranhamento à primeira vista. A razão é que ela foi construída para ser uma mesquita particular do Sheikh Lotfollah. Os minaretes não fazem falta alguma: a mesquita tem beleza de sobra dentro e fora de suas paredes. Os mosaicos e caligrafias de seus azulejos são ricamente detalhados, com cores ousadas e contrastantes que fazem da mesquita uma visão inesquecível *(iStock.com/)*

**10/20** Também conhecida como Mesquita Rosa de Shiraz devido aos seus azulejos predominantemente desta cor, seus belíssimos vitrais (pouco usuais na arquitetura islâmica) colorem paredes e piso à medida que o sol se movimenta. Murquanas, nichos arquitetônicos decorados, são trabalhos à parte, intensamente trabalhados e com uma riqueza de detalhes de deixar qualquer um boquiaberto. Foi construída de 1876 a 1888 *(iStock.com/)*

**11/20** Construída em 1912, sua arquitetura foi inspirada em outra mesquita do sudeste asiático, a Azizi, na cidade de Langkat, Indonésia. Tem cinco grandes cúpulas simbolizando os cinco princípios islâmicos e é uma das mais antigas mesquitas da Malásia. A mesquita é sede de uma competição anual e nacional de leitura do Corão *(iStock.com/)*

**12/20** Uma representação da beleza, paixão e grandiosidade da era Mughal na região, a Mesquita Real de Lahore foi inaugurada em 1673 e é hoje a quinta maior do planeta, a segunda maior do Paquistão. Seu pátio interno é o maior do mundo: a plataforma que sustenta o Taj Mahal (que não é mesquita, é mausoléu, por isso não está nessa lista) cabe inteira dentro de seus mais de 25 mil metros quadrados! Foi construída em arenito rosa, que dá essa cor especial à mesquita *(iStock.com/)*

**13/20** Seu nome significa “Coroa entre as Mesquitas” e tem uma fachada cor-de-rosa ricamente detalhada. Os dois minaretes octogonais são adornados com cúpulas em mármore branco, que observam de cima o resplendor da maior mesquita da Índia. O hall principal também é adornado com três cúpulas de mármore e o piso, também da mesma pedra, lembra o estilo Mughal da Mesquita de Lahore. Durante o dia a mesquita também é usada como escola islâmica. Sua construção demorou: as obras começaram no século 19 mas só foram completadas em 1985 *(iStock.com/)*

**14/20** Inaugurada em 851, essa mesquita foi a maior de seu tempo até que foi destruída em 1278. O impressionante minarete Malwiya, felizmente, persiste na paisagem plana de Samarra – pelo menos por enquanto. Com 52 metros de altura e 33 metros de diâmetro, sua forma é inspirada nos zuggurats da Mesopotâmia. O minarete é feito de arenito amarelo e é possível chegar até o topo pela sua rampa em espiral. Seu nome árabe, Malwiya, se traduz como “retorcido” ou “concha de caracol”. O topo do minarete foi danificado por uma bomba em 2005. De acordo com a polícia iraquiana, insurgentes explodiram essa área porque ela estava sendo usada como ponto de observação de tropas estadunidenses – os soldados haviam evacuado o local um mês antes do ataque. Está na lista da UNESCO de Patrimônios Ameaçados da Humanidade *(iStock.com/)*

**15/20** Feita em lápis lazuli, tijolos e pedra branca, os detalhes dessa mesquita deixam qualquer um de queixo caído. Sua fundação é de 1200, mas só tomou sua forma atual no século 15 após diversas reformas. O lápis lazuli é uma pedra preciosa encontrada principalmente no Afeganistão e Paquistão. Devido às instabilidades do país, infelizmente a incrível Mesquita de Herat não recebe a quantidade de visitantes que merece *(iStock.com/)*

16/20 A madrassa (escola islâmica) desta mesquita é uma das mais antigas e importantes do mundo, especialmente para os sunitas, pois nela são ensinadas as quatro escolas sunitas de pensamento: Shafi’i, Maliki, Hanafi e Hanbali. A construção desta casa de orações começou em 1356 e foi tão instável quanto o governo do Sultão Hassan. Projetada para ter 4 minaretes, o que ficava logo acima da entrada caiu e matou cerca de 300 pessoas. Pouco depois do acidente, o sultão foi assassinado e as obras da mesquita, que já duravam 3 anos e custaram muito dinheiro, foram rapidamente encerradas. Outro minarete caiu em 1659, assim como a cúpula, que era de madeira. A cúpula e minaretes restantes foram restaurados e agora parece que não cai mais nada. A Mesquita Sultão Hassan é a única de estilo mameluco a ser decorada com cerâmica e sua madrassa é considerada uma das mais antigas universidades do mundo (Mohammed Moussa/Wikimedia Commons)

**17/20** Inaugurada em 1917, a mesquita Obudiah (ou Ubudiah) teve sua construção interrompida diversas vezes, uma delas porque dois elefantes estavam brigando na região e destruíram azulejos italianos de mármore. Ela conta com quatro minaretes e uma cúpula majestosa que causam impacto em quem vê a mesquita de longe e de perto. *(iStock.com/)*

**18/20** Com sua construção finalizada em 2007, é a mesquita mais nova desta lista. Seu estilo arquitetônico mistura estilos árabe, mughal e mouro, sendo que as mesquitas Badshahi no Paquistão e Hassan II no Marrocos influenciaram diretamente a sua forma. O tapete persa de lã que cobre o hall de orações principal é considerado o maior do mundo, com 5.627m². Ele foi feito por aproximadamente 1.300 artesãos durante dois anos e pesa 35 toneladas! *(iStock.com/)*

**19/20** Seu formato diferente representa uma tenda beduína. O projeto do arquiteto turco Vedat Dalokay foi o ganhador do concurso Aga Khan Award for Architecture, que recebeu 43 propostas. Construída em 1986, é a maior mesquita do Sul Asiático e uma das maiores do mundo. Está localizada na área norte de Islamabad, capital do Paquistão, aos pés da Cordilheira do Himalaia *(iStock.com/)*

**20/20** Foi a maior mesquita da Rússia na época de sua construção, no século 16, até ser destruída por Ivan O Terrível poucos anos depois. Ela teria traços arquitetônicos de volga bulgaria (estado onde hoje é a Rússia europeia), com elementos renascentistas e otomanos, mas não há como sabermos. A mesquita que vemos hoje foi construída de 1996 a 2005 em memória à anterior. O edifício da foto é um museu na verdade, mas milhares de muçulmanos visitam o local durante feriados religiosos *(iStock.com/)*

Regras de etiqueta ao visitar uma mesquita

Todos devem tirar os sapatos para entrar nas áreas da mesquita cobertas por tapetes (geralmente há um espaço para guardá-los). Do lado de fora, há fontes de água para lavar pés, mãos e rosto, já que todo muçulmano deve se purificar antes das orações. Essa limpeza não é obrigatória aos turistas, mas as fontes podem ser usadas caso desejem.

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Mulheres devem cobrir os cabelos e vestir roupas que escondam ombros e joelhos – em alguns países as regras são mais rígidas que em outros. Lenços são geralmente distribuídos na entrada às turistas que não tiverem o seu próprio (e podem ser usados para cobrir os ombros e fazer uma saia improvisada caso esteja com os joelhos à mostra). Muitas mesquitas têm recintos exclusivos só para mulheres e também só para homens.

Enquanto a maioria das orações são realizadas em casa, no trabalho ou qualquer outro lugar que o muçulmano esteja, a do meio dia de sexta-feira é tradicionalmente congregacional.

Durante essa oração, as mesquitas se enchem de fiéis e a atividade turística pode estar suspensa – confirme se a que você irá visitar estará aberta a visitas no horário.

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Também há restrições de acessos de turistas durante eventos importantes para a religião, como o ramadã, que costuma ocorrer entre julho e agosto.

Nas mesquitas mais importantes para o islã, como a de Mecca, por exemplo, é terminantemente proibido entrar se você não é muçulmano – e infratores correm o risco de serem deportados da Arábia Saudita.