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10 motivos para ir ao Sri Lanka

Os cenários que compõem o imaginário em torno do Sri Lanka são magicamente reais e transformaram o pequeno país ao sul da Índia em destino-paraíso

por Caio Vilela Atualizado em 19 set 2023, 12h31 - Publicado em
24 set 2019
18h02

Elefantes banham-se no rio perto de um grupo de crianças, jangadas rústicas velejam pelo Índico, monges budistas meditam em cavernas e em templos no topo de uma montanha…

Mais de uma década após o fim de uma traumática guerra civil que durou 25 anos, a hoje pacata ilha ganhou infraestrutura turística para atender quem busca extravagância romântica, retiro espiritual ou aventura com orçamento mochileiro. Qualquer que seja a sua viagem, delire, aí do sofá, com as dez experiências incríveis das páginas a seguir

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(Diomedia/Robert Haarding RF/Matthew Williams-Ellis/Reprodução)

Pacata e segura, a praia de Negombo é frequentada por famílias locais, com muitas crianças. Todos os dias pela manhã, jangadeiros esperam os turistas junto das suas embarcações rústicas com velas içadas sobre a areia. Em um dos passeios você garante duas horas de barco, com direito a banho nas piscinas naturais afastadas mil metros da costa.

No outro passeio, mais caro, o barco e seus dois tripulantes passam o dia a seu serviço. Essa é uma aventura para se entregar logo ao chegar ao país, já que Negombo fica a dez minutos do Aeroporto Internacional de Colombo.

Desça do táxi com os pés descalços direto sobre a areia fofa, molhe seus pés no Índico e confie no seu capitão. Após cinco minutos se distanciando da costa, o barulhinho suave das ondas batendo na madeira e o movimento das velas farão cair a ficha: você chegou ao Sri Lanka!

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(Palani Mohan/Getty Images)

A temperatura cai quase 10 graus centígrados quando, deixando o litoral do país para trás através de sinuosas estradas, se chega aos vilarejos à beira do Lago Gregory, quase 2 mil metros acima do nível do mar.

Nas encostas das montanhas do entorno, camponeses colhem as folhas de chá durante o ano todo em suas vestes coloridas, concentrados em um trabalho árduo, executado da mesma forma há séculos: manualmente. Produzido sob a neblina das montanhas do centro-sul da ilha, o chá introduzido pelo agricultor escocês James Taylor em 1867 continua pop, e é a principal atividade econômica da população camponesa de Nuwara Eliya.

A região, de clima agradável, oferece muitas opções de acomodação, mas talvez uma das experiências mais autênticas seja hospedar-se no interior de… uma fábrica de chá! O Heritance Tea Factory ocupa a sede e o galpão de uma fábrica centenária, reformada no início dos anos 1990 para virar um hotel.

Com um ambiente no estilo britânico, silencioso, elegante, porém sem cerimônia, a construção está rodeada de plantações. Apartamentos, restaurante e demais cômodos ocupam as dependências antigas da fábrica.

Na planta baixa do hotel, um tour conduzido (apenas em inglês) pelos campos e galpões de secagem leva a conhecer cada passo da produção de chá, finalizando, obviamente, em um espaço de degustação.

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(Izzet Keribar/Getty Images)

Um dos sítios históricos mais importantes do budismo cingalês, o Templo do Dente é o principal objetivo da visita dos turistas que chegam a Kandy. Dentro do complexo de palácios do antigo reino, o templo guarda um suposto dente de Buda em seu interior. Quem detém a relíquia, detém o poder político na região, hábito que se repete simbolicamente – porém levado muito a sério até hoje.

Lendas à parte, a visita vale pela obra-prima da arquitetura budista e a profusão de cores e simbolismos nos afrescos espalhados pelas paredes. Assim como se vê na Índia ou no Nepal, aqui por vezes a adoração a Buda se mescla com rituais de origem hindu. A visita a esse templo merece uma tarde inteira, e, para somar ao dia, Kandy é uma cidade divertida, com cafés e casas de cores berrantes e decoração kitsch.

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(Divulgação/Divulgação)

Se o que você gosta é de praia, o lugar é Bentota. A 65 quilômetros no sul da capital, Colombo, essa é a porta de entrada para o litoral mais bonito da ilha, uma península com inúmeras praias banhadas pelo azul-turquesa do Oceano Índico.

A pequena cidade é talvez uma das mais bem estruturadas para o turismo, com hotéis à beira-mar e um movimento frenético de motos e tuc-tucs – porém, quanto mais ao sul se avança, mais preservadas e menos povoadas são as praias.

Bentota é lar para boa parte da população muçulmana do país de maioria budista. Os muçulmanos não frequentam as praias – o que garante espaço extra na faixa de areia para os visitantes. Mas, para ter algum contato com sua cultura, é o caso de visitar as mesquitas e madrassas (escolas religiosas). Pode até aparecer de sopetão: chá e sorrisos curiosos estarão lhe esperando!

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(Robert Harding World Imagery/Getty Images)

Viajar de trem é uma das formas mais econômicas e agradáveis de descobrir as paisagens cingalesas. Um trecho especialmente cênico é a ferrovia que segue de Colombo até Matara, no extremos sul da ilha, parando em vilarejos costeiros como Bentota, Ahangama e a simpática Galle, famosa por seu preservado forte português do século 16.

No ponto final, a chegada a Matara marca o ponto de partida para a exploração da parte menos visitada, e, portanto, mais preservada, do litoral: as praias entre Tangalla e Hambantota, e os parques nacionais Bundala e Kumana.

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(Margot Granitsas/Science Source/Diomedia/Reprodução)

Elefantes são animais domésticos para os cingaleses. Usados para carga no dia a dia, pintados e vestidos para desfiles durante festas folclóricas, venerados em cerimônias religiosas, eles estão por toda parte. No orfanato de Pinnawala, os visitantes participam do programa de proteção a esses animais que, ainda hoje, se encontram na natureza com uma população de aproximados 5 mil.

Em uma tarde os visitantes alimentam os filhotes, assistem a um divertido banho coletivo no Rio Maha Oya e podem comprar todo tipo de artesanato ilustrado com a figura do gigante amigo, inclusive caderno de papel reciclado produzido com cocô de elefante!

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(Bellabellinsky/Plainpicture RM/Diomedia/Reprodução)

Frequentado por monges, esse conjunto de templos do século 18 no centro geográfico do país ocupa grutas de uso contínuo há mais de 2 mil anos. O caminho até eles é acompanhado por macacos curiosos – do início das escadarias até a chegada ao portal que dá acesso às cavernas conservadas pelo programa de Patrimônio Cultural da Humanidade, da Unesco.

Dentro de cada uma das cinco grutas, 157 imagens de Buda repousam escondidas na penumbra do ambiente frio e úmido. Do lado de fora, um mirante permite vista privilegiada sobre a densa floresta tropical que cobre esta porção do território cingalês.

A maioria dos visitantes passa uma tarde ou uma manhã por aqui, mas quem se dispõe a aparecer bem cedinho ou dedica o dia todo para a visita acaba flagrando os monges em seus rituais de coleta de oferendas, orações e meditação.

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(Vetta/Getty Images)

Sentados sobre uma estaca de madeira fincada na areia coberta de água, na parte rasa do mar, os pescadores da região de Ahangama foram flagrados por fotógrafos da National Geographic nos anos 1960 e, desde então, seu estilo curioso de pescar ficou conhecido no mundo.

Ainda hoje eles mantêm o hábito, indo atrás dos peixes, todo dia pela manhã bem cedinho ou no fim da tarde – muitas vezes, para posar para as câmeras mesmo. Assim que os turistas descem do carro à beira da estrada para apontar suas lentes, um garoto aparece para cobrar a permissão de fotografar a ação.

A manobra é feita de forma amigável, e até divertida, e os pescadores parecem até curtir seus 15 minutos diários de fama. O valor, contudo, precisa ser barganhado: começa com o equivalente a US$ 10 em rúpias, mas, no fim, US$ 2 bastam para botar um sorriso na cara da garotada.

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(Joe Beynon/Design Pics/Corbis/Latinstock/Reprodução)

Ao norte de Dambulla, outro sítio arqueológico protegido pela Unesco tem o status de atração turística mais visitada do Sri Lanka. No topo de uma maciço rochoso de 200 metros de altura, as ruínas do antigo palácio construído no século 5 pelo rei Kasyapa foram abandonadas após o fim do reinado e utilizadas como templo budista até o século 14.

No pé da imponente montanha, as patas de leão esculpidas lembram a tradução do nome da rocha: Pedra do Leão. É preciso encarar diversas escadarias até chegar ao topo, mas a subida não demora, mesmo que em ritmo lento, mais que uma hora.

Pelo caminho, mirantes e afrescos pintados diretamente na rocha ilustram o passeio e convidam para uma parada de descanso. A pedra figura em inúmeros filmes, inclusive na apoteótica visita dos meninos do Duran Duran exibida nos videoclipes da banda nos anos 1980.

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(Du Boisberranger Jean/Hemis/Diomedia/Reprodução)

Impossível passar incólume pela experiência de contato com o povo cingalês – sejam hindus, sejam cristãos, sejam muçulmanos, sejam, como a grande maioria do país, budistas.

Observar os rituais de cada fé, adentrar com os pés descalços em templos, conversar com o povo local sobre sua cultura religiosa e espiritualidade traz naturalmente aprendizado. A capacidade de tolerância perante as crenças e os costumes alheios é observada em cada gesto dos cingaleses.

Cada nativo com quem conversamos na viagem expôs suas ideias sem nenhuma gota de imposição ou persuasão, e com muito respeito e serenidade. É ver para crer.

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Ficar

O Ozo, de design clean, faz parte da nova leva de hotéis-boutique que floresce na capital Colombo. Em Negombo, o The Wallawwa é um oásis de sossego. O Heritance Tea Factory, instalado numa antiga fábrica de chás, fica na cidade de Nuwara Eliya. Na região da Pedra do Leão, a melhor opção é o Hotel Sigiriya , que tem vistas impressionantes.

A cidade de Kandy abriga o excêntrico Helga’s Folly, que se autodenomina um “anti-hotel” e tem décor exótico ultracolorido. Em Bentota, o Saman Villa é recluso e charmoso, além de possuir um ótimo restaurante. Em Galle, o hotel-boutique Galle Fort alia boa localização e muito charme colonial.

Fachada do Hotel Heritance Tea Factory
Fachada do Hotel Heritance Tea Factory (Divulgação/Divulgação)

Comer

A cozinha cingalesa é parecida com a indiana, porém com menos curry e menos apimentada. Em qualquer praia há coco fresco super doce, vendido a preços irrisórios, mas nunca geladinho. Em Nuwara Eliya, as melhores opções gastronômicas ficam dentro de hotéis como o St. Andrews, da rede Jetwing, que abriga o The Old Course, de influência britânica.

Em Colombo, há endereços descolados, como o T-Lounge, que serve crepes e chás, ou o Ministry of Crab, mais upscale e focado em receitas à base de caranguejo. Em Kandy faz sucesso o White House, que serve comida cingalesa, indiana e também clássicos ocidentais.

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Menu do White House, em Kandy
Menu do White House, em Kandy (Divulgação/Divulgação)

Passear

Em Kandy, a entrada é grátis para o Templo do Dente, na verdade um complexo de palácios. O mesmo vale para as cavernas do Templo Dourado, em Dambulla. No Orfanato de Elefantes de Pinnalawa, paga-se só uma gorjeta ao cuidadores para tirar fotos e alimentar os filhotes.

Ao sul de Ahangama, no Porto de Mirissa, saem tours de observação de baleias de novembro a abril. A operadora Raja & The Whales tem passeios que duram de quatro a cinco horas. Se os mamíferos não aparecerem, o visitante pode voltar outro dia ou receber o dinheiro de volta.

Elefantes no Templo do Dente
Elefantes no Templo do Dente (Divulgação/Divulgação)
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Quando ir

Entre abril e setembro o turista tem mais chances de se deparar com tempo agradável sem a superlotação de dezembro a março.

Dinheiro

Rúpia.

Língua

São dois idiomas oficiais: o cingalês, falado por 75% da população, e o tâmil. Estima-se que só 10% da população fale inglês.

Fuso

+7h30.

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Documentos

O visto pode ser emitido online, válido por 30 dias e permite duas entradas no país. O pagamento da taxa é feito com cartão de crédito internacional.

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(Bruno Algarve/Viagem e Turismo)

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