Além-mar

Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, quase dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
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Um fim de semana perfeito no Alto Alentejo: arredores de Crato

Vinho, piscina, passeios de bicicleta, leitura debaixo de oliveiras, vilinhas históricas: a paz (e o calor!) do delicioso interior português

Por Rachel Verano
13 mar 2019, 21h41
Entre oliveiras e sobreiros: fim de tarde dourado by bike
Entre oliveiras e sobreiros: fim de tarde dourado by bike (Bruno Barata/Reprodução)

Este inverno em Portugal está delicioso. Tem chovido pouco e, durante o dia, é comum os termômetros atingirem temperaturas acima dos 20ºC. Aproveitando esta primavera antecipada, rumamos para o Alto Alentejo no último fim de semana para curtir uns dias de preguiça ao ar livre. O destino? Arredores da Serra de São Mamede, a pouco mais de 2h de Lisboa. No roteiro, cidades históricas como Crato, Portalegre, Castelo de Vide, Marvão.

Relax à beira da piscina, com o rosé da casa
Relax à beira da piscina, com o rosé da casa (Bruno Barata/Reprodução)

Ainda no caminho, belas surpresas: campos verdinhos, muitas vezes forrados com tapetes coloridos de flores vermelhas, roxas, amarelas. Aqui e ali, grandes ninhos de cegonhas já se equilibrando no alto dos postes. Nem uma única nuvem no céu. Até o ar-concidionado virou artigo obrigatório debaixo do sol inclemente.

As construções moderninhas da Herdade da Rocha
As construções moderninhas da Herdade da Rocha (Bruno Barata/Reprodução)

Escolhemos nos hospedar na Herdade da Rocha porque achamos a combinação perfeita: bom preço (diárias a cerca de € 100, com café da manhã), poucos quartos, uma piscina bonita, um mar de vinhedos, vinhos de produção própria, oliveiras e sobreiros até onde a vista alcança, quarto com vista.

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A piscina, escoltada por estátuas balinesas
A piscina, escoltada por estátuas balinesas (Bruno Barata/Reprodução)

O que ainda não sabíamos é que a realidade seria, num desses raros acasos do destino, melhor do que a expectativa gerada pelas fotos que vasculhamos loucamente na web.

Pausa para um relax debaixo das oliveiras do quintal
Pausa para um relax debaixo das oliveiras do quintal (Bruno Barata/Reprodução)

Aos fatos: são apenas oito quartos, de duas categorias: com vista dos vinhedos ou com uma salinha que acomoda uma terceira pessoa (e sem vista). Ficamos na primeira, e confesso: quase não saímos da varanda, e nem da sua extensão para um pequeno olival, para onde a cesta com uma manta e as almofadas, estrategicamente pousadas ao pé da cama, ficavam sempre gritando para serem levadas.

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Passarelas pela propriedade: belas vistas ao pôr-do-sol
Passarelas pela propriedade: belas vistas ao pôr-do-sol (Bruno Barata/Reprodução)

A água da piscina (que tem um cantinho providencial de hidromassagem com espreguiçadeiras cavadas na pedra) ainda estava gelada demais, então a lista do que fazer incluiu dormir muito, ler debaixo das oliveiras, se perder de bicicleta pelo terreno, caminhar pelas novas passarelas de madeira que descortinam belas vistas da propriedade, dormir mais um pouco, comer bem e… provar vinhos, claro – no restaurante, à beira da piscina, na varanda. No nosso caso, tinto e rosé.

A adega de ares futuristas: azeite e 8 rótulos de vinhos
A adega de ares futuristas: azeite e 8 rótulos de vinhos (Bruno Barata/Reprodução)

No penúltimo dia ainda fomos conhecer a adega, de ares futuristas do lado de fora e moderninhos por dentro, onde são produzidos azeite (250 garrafas de 250ml por ano) e vinho (40 mil garrafas por ano, entre 5 rótulos de tinto, dois de branco e um de rosé). Este foi um dos pontos baixos do fim de semana, já que a visita, que eu geralmente amo fazer, foi bem básica – sem qualquer tipo de informação e, pior ainda, sem uma prova dos vinhos.

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A adega do lado de dentro: toda moderna
A adega do lado de dentro: toda moderna (Bruno Barata/Reprodução)

Compensamos a decepção no jantar, quando o tinto Couto Saramago Selection 2016 foi uma agradável surpresa, com uma ótima relação custo-benefício (€ 15). Foi a companhia perfeita para as bolinhas de alheira com mel e nozes, a açorda alentejana com ovo escalfado e o bife de carne maturada acompanhado de migas de aspargos selvagens, ovinhos de codorna fritos e chips de batata doce. O grand finale ficou por conta de um trio de sobremesas conventuais.

As bolinhas de alheira com mel do jantar: deliciosas
As bolinhas de alheira com mel do jantar: deliciosas (Bruno Barata/Reprodução)

O dia seguinte já era o de ir embora, mas o hotel, já vazio, ainda deu um golpe de misericórdia: café da manhã servido na hora que quiséssemos, onde bem entendêssemos.

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Café da manhã na varanda, quase na hora do almoço: como ir embora?
Café da manhã na varanda, quase na hora do almoço: como ir embora? (Bruno Barata/Reprodução)

Foi assim que uma bandeja recheada de croissants crocantes, pains au chocolat, presuntos, queijos, ovos mexidos, frutas, café e suco de laranja foi pousada – onde mais? – a nossa varanda quase na hora do almoço. Desnecessário dizer: o check-out precisou ser adiado ali para o meio da tarde…

Reserve a sua hospedagem na Herdade da Rocha aqui.

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