Imagem Blog Além-mar Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, quase dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
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Monsaraz: viagem no tempo na vila mais encantadora do Alentejo

Uma única rua principal, uma igreja do século 16, um castelo do século 13 e a vida como ela era - ou deveria ser

Por Rachel Verano
Atualizado em 31 jan 2020, 11h00 - Publicado em 31 jan 2020, 10h00
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A encantadora Monsaraz vista do alto: cercada de muralhas e coroada pelo castelo do século 13 (Bruno Barata/Reprodução)

Já passa das 6 da tarde quando, junto com o sol, o movimento se esvai da pequena vila de Monsaraz, estrategicamente erguida no alto de um morro quase na fronteira do Alentejo com a Espanha (a 190 quilômetros de Lisboa). Restam uns quantos moradores – ao todo são pouco mais de 100 -, uns cachorros a se preparar para a noite que promete ser fria, uma luz que se acende aqui e ali, o silêncio só quebrado pelo badalar dos sinos da igreja. E nós. 

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A vila vista do castelo: viagem no tempo (Bruno Barata/Reprodução)
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O pôr do sol a partir dos terraços da vila: cinematográfico (Bruno Barata/Reprodução)

Dormir dentro das muralhas do castelo, que, desde os idos do século 13, abraçam o casario branco imaculado, é ganhar de presente uma das mais encantadoras e bem preservadas cidadelas portuguesas. Com sorte, com direito a uma bruma que deixa o cenário ainda mais mágico e só se esvai já tarde da manhã.

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A torre do castelo, com o casario ao fundo (Bruno Barata/Reprodução)
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A Barragem de Alqueva vista da cidadela (Bruno Barata/Reprodução)

Monsaraz ocupou, durante séculos, uma importante posição de defesa do território português. A vista que se descortina dos arredores a partir de suas muralhas e terraços parece infinita: vê-se a Barragem de Alqueva, o Rio Guadiana, um mar de vinhedos e oliveiras. Rua principal tem uma só. No meio, a Igreja Nossa Senhora da Lagoa, de estilo renascentista, do século 16. 

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Bruma ao amanhecer: a cidade fica ainda mais mágica (Bruno Barata/Reprodução)
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Na contramão do turismo: uma vila de presente (Bruno Barata/Reprodução)

Tudo o que interessa em Monsaraz concentra-se nos quase 300 metros metros de extensão da Rua Direita: um punhado de restaurantes, um colorido comércio, hospedarias que se contam nos dedos. A Casa Dona Antónia (diárias desde € 65) é das mais tradicionais. Existe há quase meio século, tem apenas sete quartos e terraços que se abrem para as mais lindas vistas da região. Quase em frente, a Taverna Os Templários serve delícias tipicamente alentejanas. A sopa de cação é um clássico. Nos dias mais quentes, a varanda dos fundos é providencial.

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O café da manhã da Casa Dona Antónia (Bruno Barata/Reprodução)
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A loja Mizette: mantas feitas à moda antiga (Bruno Barata/Reprodução)

Entre as lojinhas que se enfileiram por trás das fachadas, duas são especiais: a Casa Tial, com um gostoso café de sotaque francês; e a Mizette, que vende lindas mantas de lã fabricadas à moda antiga, em velhos teares, pelo último lanifício que sobreviveu ao passar do tempo na região (quem quiser visitar a fábrica, que tem também um pequeno museu, basta tocar a campainha do número 79 da Rua dos Mendes, a cerca de 15 quilômetros de distância, na vizinha Reguengos de Monsaraz).

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O pequeno museu da fábrica de lanifícios: como nos velhos tempos (Bruno Barata/Reprodução)
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A fábrica em ação: tudo feito à mão (Bruno Barata/Reprodução)

No fim, tudo termina em vinho. Monsaraz fica no coração de uma das mais importantes zonas produtoras do Alentejo, casa de grandes nomes como Esporão, Ervideira, Carmim. Visitar vinícolas – e participar de boas degustações – é atividade imperdível na região. Mas isso já é tema para o próximo post…

Reserve a sua hospedagem em Monsaraz aqui.

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