Imagem Blog Além-mar Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, quase dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
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De tuk tuk pelas ladeiras de Lisboa

Passeios temáticos para conhecer a street art e as maiores delícias gastronômicas da cidade – ao ar livre e com toda a segurança!

Por Rachel Verano
Atualizado em 26 ago 2020, 15h20 - Publicado em 26 ago 2020, 11h00
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Em frente ao Panteão Nacional, em Alfama: pontos emblemáticos da cidade (Bruno Barata/Reprodução)

Até a semana passada, praticamente só me vinham à cabeça dois nomes quando eu pensava em street art em Lisboa: Vhils e Bordalo II, dois dos artistas portugueses mais famosos, com obras não só na rua, mas em hotéis, restaurantes e quetais. Engraçado que sempre que viajo é das coisas que mais me chamam a atenção e eu adoro, mas aqui, no quintal de casa, eu conhecia praticamente… nada. Até que embarquei num curioso passeio de tuk tuk rumo aos bairros de Marvila e Graça. (Não, eu também nunca tinha andado num tuk tuk em Lisboa).

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Mural do Kobra em Marvila, no percurso do Tour de Street Art: fora do circuito (Bruno Barata/Reprodução)

Durante horas num improvável fim de tarde, fomos apresentados detalhadamente a obras de peso de artistas do mundo todo, como o equatoriano Steep Aeon, o brasileiro Kobra (que assina um painel enorme do Raoni) e o americano Shepard Fairey, mais conhecido como Obey, que ficou famoso depois de retratar o Obama durante as campanhas presidenciais americanas de 2008. E descobri que o hall de street artists portugueses é muito mais vasto do que eu jamais imaginei – e que a cidade está coberta de cor e de mensagens deles (meu lado fantasioso-lúdico gostou especialmente da Kruella d’Enfer, pseudônimo da artista Ângela Ferreira).

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A obra Oferenda, da portuguesa Kruella d’Enfer: bela descoberta (Bruno Barata/Reprodução)
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A cada parada – e elas eram muitas! –, a paulistana Ana Alcaide discorria detalhadamente sobre a obra, o artista, o contexto. E, entre uma acelerada e outra, nos fazia enxergar com outros olhos cantos tão emblemáticos de Lisboa. Ex-profissional de marketing, com passagem por empresas como a TAM, ela hoje comanda a Live Portugal, uma empresa de tuk tuks na capital portuguesa que organiza tours temáticos interessantíssimos – e também providenciais em tempos de pandemia (além de ser ao ar livre, todo mundo tem que usar máscara o tempo todo).

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“Universal Personhood”, uma colaboração entre o português Vhils e o americano Obey: apelo à igualdade de direitos para as mulheres de todas as etnias e religiões como mensagem (Bruno Barata/Reprodução)
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Ana Paula em ação: uma aula de street art! (Bruno Barata/Reprodução)
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O Tour de Street Art dura duas horas e meia, se concentra nas regiões de Marvila, Alfama e Graça e passa por cerca de 20 obras espalhadas por essas região. O valor é € 170 por tuk tuk (que normalmente leva seis pessoas, mas agora, por causa da Covid-19, o limite máximo é de quatro passageiros do mesmo grupo). Outro passeio interessantíssimo para quem quer conhecer os pontos mais emblemáticos da capital e ainda provar suas maiores delícias é o Tour Gastronômico (€ 70 por pessoa, duração de três horas e meia).

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Tour gastronômico: parada estratégica na Manteigaria Silva para provar o trio queijo, marmelada e vinho da Madeira (Bruno Barata/Reprodução)
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Chouriço, vinho, ginja: uma tasca típica de Alfama (Bruno Barata/Reprodução)
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Entre visitas a cartões-postais como a Catedral da Sé e o Panteão Nacional, a alguns dos miradouros mais famosos da cidade e sobes-e-desces das mais lindas ladeiras, há paradas estratégicas: para comer queijo com marmelada e vinho da Ilha da Madeira na tradicionalíssima Manteigaria Silva, na Baixa, loja que é uma perdição e existe desde 1890; para provar um bolinho de bacalhau com cerveja num miradouro na Graça; para comer chouriço e tomar vinho verde e ginja numa típica tasca num dos becos de Alfama. No fim, tudo acaba em pastéis de nata!

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