Além-mar

Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, quase dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
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Como é jantar no Cura, restaurante estrelado Michelin em Lisboa

Passo a passo de um jantar “uau” num dos mais promissores restaurantes portugueses, dentro do Ritz Four Seasons

Por Rachel Verano
27 dez 2023, 10h31
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Uma das entradas do Cura: delicadeza e foco no ingrediente (Bruno Barata/Reprodução)

Um dos grandes expoentes da alta gastronomia portuguesa, o chef Pedro Pena Bastos tem apenas 32 anos e uma coleção de grandes feitos. Foi ele quem colocou no mapa o restaurante da Herdade do Esporão, no Alentejo, levando depois suas receitas criativas e sustentáveis para Lisboa, com o projeto Ceia.

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O chef Pedro Pena Bastos: estrela Michelin aos 31 anos (Bruno Barata/Reprodução)

Pouco mais de três anos atrás, de braços dados a um dos melhores hotéis do país, o Ritz Four Seasons, nascia o Cura, um cantinho mais que especial numa das regiões mais nobres de Lisboa, onde os comensais provam as mais delicadas receitas inspiradas nas tradições lusitanas, à meia luz.

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Atum rabilho (Bruno Barata/Reprodução)

A seguir, Pedro Pena Bastos fala sobre a sua cozinha e o que espera para o futuro de um dos restaurantes mais promissores de Portugal, premiado com uma estrela Michelin desde 2021:

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– Como define o Cura e a sua cozinha?
O que procuramos fazer é uma nova abordagem da gastronomia portuguesa, mais contemporânea, dando ênfase ao receituário tradicional – nunca o reinventando, mas sim usando-o como fonte de inspiração. E dando asas à imaginação.

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Lula, avelã, manteiga torrada de algas, bergamota e caviar: o prato mais famoso do chef (Bruno Barata/Reprodução)

– Se tivesse que escolher um prato que fosse a sua assinatura, qual seria?
Não gosto de falar em pratos assinatura, mas em referências. Uma das minhas grandes referencias são as lulas, o único prato que nunca saiu do menu.

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Pregado e navalhas: sabores portugueses (Bruno Barata/Reprodução)
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– O que considera um grande diferencial do restaurante?
A cozinha aberta. Com ela há muito mais interação e mais proximidade com os clientes. Procuramos oferecer uma experiência o mais personalizada possível.

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Carne minhota com arroz de nabiças: Portugal de norte a sul (Bruno Barata/Reprodução)

– Quais são os próximos passos?
Com pouco mais de três anos de projeto, já não somos um bebê, agora somos um teenager. Vamos simplificar a oferta nos próximos dias e oferecer menus com menos etapas, mas com uma experiência mais intensa e agradável. Teremos um menu com 10 etapas, um com 5 e um menu vegetariano.

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O grand finale: abacaxi, melaço, pão (Bruno Barata/Reprodução)
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– O que traz as pessoas ao Cura?
A proximidade com o cliente; uma cozinha que acaba por representar aquilo que somos enquanto portugueses; e o respeito pelos produtos, pelo receituário e pelos sabores nacionais.

– O Cura do futuro…
Tem como objetivo trabalhar cada vez mais diretamente o produto, que tem que ser ótimo, e sem muitas intervenções. Acredito que o Cura pode ir muito longe e ser o melhor restaurante do país, temos tudo para isso.

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