Um dia inesquecível no charmoso Scheunenviertel, em Berlim
Ruas silenciosas, becos escondidos, passagens quase secretas, galerias de arte e cafés charmosinhos para frequentar sem pressa
Filho, hoje vou te levar em um passeio por um dos meus cantinhos preferidos da minha cidade do coração, Berlim. É um pedacinho do Scheunenviertel, o bairro judeu na Segunda Guerra e um pedacinho da antiga Berlim Oriental.
Comece descendo na estação de metrô U Weinmeister Straße e entre à sua esquerda na Rosenthaler Straße. Ali tem umas faixas no chão e é para onde às vezes minha cabeça vai. Foi nesse trecho nada especial que quando pisei eu pensei: “estou em casa!”.
Suba a rua sem ser atropelado por uma bicicleta, heim! Quando chegar no número 39, tem o Café Cinema e, ao lado, um beco. É ali mesmo, uma das entradas mais xexelentas e legais (com grafites, luzinhas e bandeirinhas penduradas) do Hackescher Höfe, um conjunto de prédios interligados por 8 pátios internos, chamados de höfe. Descubra os pátios, admire a arquitetura, as lojas, cafés e imagine-se morando num daqueles cantinhos com vegetação subindo pelas paredes.
Tomara que você encontre uma saída para a Sophie Straße! Se sim, saia à esquerda e vá até a August Straße. No número 58 sugiro uma pausa no The Barn, uma cafeteria pequenininha, um tipo de laboratório do café. Se der, sente em frente a janela e gaste um tempo olhando a vida passar.
Com cafeína nas veias, continue na mesma rua no trecho mais charmoso desta região. Aproveite o climinha, as galerias, as fachadas com letreiros em hebraico. No número 28 está a livraria Do You Read Me, um paraíso de publicações de arte, design, gastronomia, moda e fotografia. Logo ali, no 24/25 fica a Clärchens Ballhaus, uma mistura de casa noturna, restaurante e salão de baile, uma lindeza. No número 69 está o Café Bravo, um oásis envidraçado e arborizado dentro do KW Institute for Contemporary Art.
Por fim, no 11-13 está a House of Small Wonder, que é um café que não conheço, mas quero muito que você vá, todo trabalhado na influência japonesa. Tenho um fetiche: tirar uma foto na sua escada instagramável. Você sabe o que é instagramável aí no futuro?
Ah! Ensaiei pra falar uma coisa de cortar o coração, mas vamos lá. Há placas de metal nas calçadas do bairro, são obras do artista Gunter Demnig. Nelas estão gravados nomes dos ex-moradores das casas, datas de nascimento e morte e para qual campo de concentração foram levados… Viajar exige da gente desejar que alguns episódios jamais se repitam.
Te amo, mocinho. Aproveite.
[Leia mais sobre viagens y otras cositas da vida de uma mãe 360º no meu Instagram @rivotrip.oficial]