Quando vim à Espanha pela primeira vez, em 1998, a constatação da presença em massa do misterioso calçado foi uma das primeiras anotações sociológicas que fiz em meu caderninho. Era verão, e se você pintar por aqui nos meses de calor, aposto que tampouco deixará de perguntar: “que diabo de sapatinho é esse?”.
Ainda que as nossas Havaianas (muito mais confortáveis e arejadas, diga-se) tenham ganho os pés dos espanhóis nos últimos anos, o pisante oficial do verão por aqui ainda é a Avarca, um tipo de sandália rústica que tem a frente quase inteiramente fechada, com um pequeno espaço para que o dedão e seu vizinho respirem a brisa do Mediterrâneo. Também conhecida como menorquina, ela é usada há séculos pelos camponeses de Menorca, por ser resistente e flexível, ideal para trabalhar no solo pedregoso e irregular da ilha.
Charmosas e simples, as Avarcas vestem mulheres, homens e crianças e combinam com tudo – principalmente com as roupas brancas de algodão que reinam nas praias baleares. Dizem os adeptos que elas requerem um período de amaciamento, mas depois tornam-se o que há de mais confortável neste mundo. As minhas, no entanto, só saíram de casa uma vez, destruíram os meus lindos pezinhos e foram arremessadas ao fundo do armário.
Se quiser encarar, a loja S’Avam, de Menorca é uma das mais tradicionais para comprá-las. Mas qualquer loja de sapatos que se preze costuma ter uma seleção de cores por preços que vão de € 15 a € 25.
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