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Água azul turquesa e praias brancas como açúcar. Quem chega a Menorca, na Espanha, geralmente está seco para se jogar nesse combo — com razão — e acaba não tendo olhos para nada mais. A partir de hoje, no entanto, a Unesco dá uma forcinha para você almejar ir um pouco mais fundo nesse destino que também é tão interessante culturalmente. Conhecido como Menorca Talayótica, o conjunto pré-histórico dessa ilha balear acaba se ser tombado como Patrimônio Mundial.
Com meros 702 km2, Menorca é a ilha do mundo que tem a maior densidade de sítios arqueológicos pré-históricos. Até o momento, foram listados 1.568, o que significa uma densidade média de 2,3 por km2. A Menorca Talayótica se divide por zonas territoriais que englobam 280 sítios arqueológicos, muitos deles cercados por áreas de vegetação que ajudam a manter o espírito de cada lugar desde a pré-história.
Menorca pré-histórica
Com o calor do verão rachando na cabeça, fica meio difícil ter fôlego para explorar esses sítios espalhados pelos bosques e campos áridos. Mas é um programa bem bacana para quem visita a ilha quando a temperatura está mais amena ou em dias nublados. Se tiver que escolher um, recomendo o lindo Talatí de Dalt, que exibe as ruínas de um vilarejo pré-histórico datado de entre 650-123 a.C. Outro muito impressionante é o vilarejo formado por 13 casas encarapitadas em um penhasco vertiginoso da Cala Morell. Não dá para acreditar que o ser humano já conseguiu habitar aquele lugar tão inóspito.
Talayótica vem de “talayot”, construção de pedra seca (sem cimento ou qualquer tipo de liga) típica da ilha. Mas o que mais impressiona são as “taulas”, que significa “mesas”, em catalão: estruturas em formas de T formadas por pedras gigantescas que supostamente serviam como santuários, ainda cercadas de mistérios. Como eram feitas em uma época na qual não havia máquinas? Qual era seu formato original? Fãs de lugares enigmáticos, tipo Stonehange, vão pirar — mesmo porque a semelhança é intrigante.
