Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Os melhores festivais de música do verão 2019 em Barcelona

O que vai rolar no Sónar, no Primavera Sound, no Cruïlla e outros eventos de peso na cidade mais vibrante da Espanha

Por Adriana Setti
Atualizado em 22 Maio 2019, 14h03 - Publicado em 22 Maio 2019, 13h49
Palco do Sónar, o todo-poderoso festival de música eletrônica, tecnologia e criatividade de Barcelona (Sónar/Divulgação)
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Semana que vem, o bombástico Primavera Sound inaugura a temporada dos festivais de Barcelona. A partir de então, estará dada a largada para um Iron Man de noites intermináveis, baladas paralelas, afters, esquentas – e ressacas homéricas. Mas não é preciso ser um gladiador do indie ou da eletrônica para curtir o verão por aqui. Cada vez melhores, os festivais “calminhos” (e sentadinhos!) também são um programaço para quem esgotou a cota de xixi em banheiro químico para esta existência. Entenda e programe-se:

Primavera Sound

O abre alas da temporada vem com a potência de um rolo compressor para botar mais de 220 mil criaturas para sacudir o esqueleto. O maior festival de Barcelona acontece no Parc del Fòum, um espaço gigantesco à beira-mar que requer joelhos de aço para percorrer 800mil quilômetros entre os 16 palcões e palquinhos.

Em 2019, 50% do line-up é feminino (oh yeah!), com destaque para Erikah Badu, Robyn, Janelle Monáe e Miley Cirus, entre outras minas fodásticas. Mas também vai ter (o amiguinho da Anitta) J Balvin, Tame Impala, James Blake e muuuitos outros, em uma programação altamente eclética (argumento principal de quem prefere o Primavera ao Sónar, sempre mais ficado na eletrônica e nos acordes dissonantes da “música avançada”), que suinga do indie ao pop, passando pelo reggaeton e o rock.

Data: 30/5 a 1/6

Preço: €215 para todos os dias e €80 para um dia só

Público: a ONU em forma de festival. No ano passado, 60% do público eram estrangeiros vindos de nada menos que 126 países! A faixa etária é igualmente democrática.

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Festival Jardins de Pedralbes

Em um dos parques mais lindos e tranquilos de Barcelona, um palco intimista é montado diante de um palacete. O que antes era um evento claramente focado em um público mais velho está ficando mais ousadinho. Em sua sétima edição, o Festival Jardins de Pedralbes “rouba” os alemães do Kraftwerk do Sónar para um show em 3D, traz a estrela Mariah Carey e o nosso deus Gilberto Gil. Também tem Beach Boys, Woody Allen, o inimitável Diego Cigala e Carla Bruni, a ex-primeira dama da França que já virou habitué no line-up. Achou lindo? Agora vai ver o preço… Devo dizer, também, que os shows costumam ser mais curtos do que deveriam.

Data: 5/6 a 15/7 (com um show por dia de programação)

Preço: varia conforme o artista. Para a Mariah Carey as entradas começam em €138 (argh!). Para o Gil, as mais baratas custam €44.

Público: gente eclética de 40 a 120 anos , além da high-society de Barcelona, formada por moradores dos arredores do parque, que fica no Jardim Europa catalão.

Share Festival

Um novo conceito de festival que faz jus ao nome, levantando várias bandeiras do bem, como a solidariedade e a convivência em sua segunda edição. Não é papinho. Uma parte das entradas pode ser comprada com outra moeda: trabalho social. Você escolhe a ONG com a qual gostaria de colaborar através do APP, soma pontos por suas ações e troca por uma entrada. O festival tem a musa do reggaeton Becky G (amiguinha da Anitta na galopada de Banana) como principal atração, além de muito pop, hip-hop e pérolas espanholas. Rola no Poble Espanyol, uma espécie de parque temático que reproduz a arquitetura de vários lugares da Espanha. O espaço é agradável e ao ar livre.

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Data: 28/6 a 29/6

Preço: €44 por dia ou trabalhos sociais

Público: jovem e de Barcelona

Vívelo Festival

Pra requebrar até o chão, este festival de reggaeton (febre mundial que pegou muito forte aqui) também abre espaço para outros ritmos, como o trap latino (hein?) e derivados. A atração principal é o porto-riquenho Ozuna. Tão esperando o que pra contratar a Anitta, gente? Rola no estádio do Espanyol (time rival do Barça), em Cornellá, uma cidade satélite de Barcelona.

Data: 30/6

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Preço: desde €30,80

Público: a animadíssima e multicultural comunidade latina de Barcelona em massa

Cruïlla

Este festival chegou como quem não quer nada e, completando 10 anos, acabou virando um dos grandes do verão. Menos gigantesco e mais barato (ainda que tenha encarecido nos últimos anos) que o Primavera Sound, ele também rola no Parc del Fòrum, à beira mar, mas com menos palcos e ¼ do público (no ano passado, foram 57 mil pessoas), respeitando a proposta de ser um evento menos “massificado”. Supereclético, este ano tem Black Eyed Peas (sem Fergie) como principal atração, além da australiana Kylie Minogue, Marcelo D2 e Seu Jorge.

Data: 3/7 a 6/7

Preço: €145 para 3 dias e €70 por dia.

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Público: muita gente de Barcelona de todos as idades, com uma “população” crescente de estrangeiros.

Grec

É o festival de verão organizado pela prefeitura de Barcelona – um dos meus grandes xodós. Mistura teatro, dança e música em vários espaços da cidade. Mas a crème de la crème são os shows no Grec, um anfiteatro cercado por um magnífico jardim que é uma filial do céu. O corte de orçamento dos últimos anos fez a programação ficar mais modestinha. Mas, mesmo assim, recomendo de coração que você vá a QUALQUER espetáculo no anfiteatro Grec, só para respirar aquela atmosfera. Este ano os destaques musicais são Toquinho e The Matthew Herbert Brexit Big Band (show que faz parte do Sónar).

Data: mês de julho

Preço: varia conforme o artista, mas para o Teatre Grec as entradas costumam começar em €20. Não é um festival caro.

Público: gente de Barcelona na faixa dos 30 pra cima.

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Doctor Music Festival

Poderia chamar “a volta dos mortos vivos” (no ótimo sentido), tanto pelo festival em si (que é uma ressurreição de um evento dos anos 90) como pelo line-up. Segura essa: Primal Scream, Underworld, The Sisters of Mercy, The Chemical Brothers, Jimmy Cliff e – acreditem se quiser – Frank Zappa, que aparecerá em forma de holograma. E caso você tenha sentido falta de Richie Hawtin no Sónar (festival do qual foi móveis e utensílios durante umas 15 edições), ele está por aqui também! O lugar é meio mico mas é fácil de chegar: o circuito de Montmeló, onde rola a Fórmula 1, nos arredores de Barcelona..

Data: 12/7 a 14/7

Preço: €170 por três dias e €62 por cada noite.

Público: é o primeiro ano da volta do festival, mas diria que os millennials não conhecem metade do line-up.

Sónar

É o rei dos festivais de música eletrônica e avançada de Barcelona (além de um dos grandes da Europa e do cenário internacional como um todo), que expandiu os seus domínios nos últimos anos, agregando um congresso de criatividade e tecnologia (Sonar+D) pancadão à sua órbita.

Pela primeira vez na história, o Sónar rola no meio de julho (ao invés de junho), em pleno verão – dando um tempo para o povo respirar depois do Primavera Sound. O modelo segue sendo o mesmo: Sónar Día (com nomes mais alternativos em um espaço tipo “Anhembi” dentro de Barcelona) e Sónar Noche (artistas mais conhecidos e balada fuerte em um outro Anhembi, só que mais gigantesco, a uns 20 minutos do centro de Barcelona), somando mais de 125 mil pessoas entre os dois.

Se em anos anteriores nomes estelares como Bjork e New Order encabeçaram o line-up, em 2019 a lista tem alguns âncoras equilibrando o peso e uma clara tendência ao hip-hop moderno. Anote aí: A$ap Rocky, Lil Uzi Vert, Skepta, Paul Kalkbrenner e Vince Staples. Também vai rolar Underworld, Amelie Lens, Louie Vega & Honey Dijon, Daphni, Four Tet, DJ Koze, Jlin e Acid Arab Live. Como sempre, o Sónar também traz muitos novos ventos, com talentos garimpados em países como Equador, Irã e Palestina.

Data: 18/7 a 20/7

Preço: €195 para três dias e duas noites ou €79 por noite e €58 por dia.

Público: ONU em forma de festival, povoado por 46% de estrangeiros no ano passado, em uma faixa etária bem democrática.

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