O melhor da ilha de Java, na Indonésia: todo poderoso Borobudur
Junto com o complexo de ruínas de Angkor, no Camboja, e Bagan, no Myanmar, o Borobudur forma a “santíssima trindade” dos templos do Sudeste Asiático. A fama deste este monumento budista de mais de 1200 anos, cercado por uma densa mata, é mais do que justificável. E faz com que valha a pena, também, acordar às 4 da manhã para estar lá ao amanhecer, antes que o calor e as multidões roubem parte do encanto do lugar.
Construído entre os séculos 750 e 850 pela dinastia Sailendra, numa época em que a região era dominada por pequenos reinos budistas e hinduístas, o complexo é, antes de tudo, um bravo sobrevivente. Ao passo que o budismo foi deixando de ser a religião dominante em Java (hoje em dia, a ilha é predominantemente muçulmana), o Borobudur ficou abandonado e acabou coberto pelas cinzas do vulcão vizinho Gunung Merapi.
O templo só voltaria a respirar a partir de 1815, quando Sir Thomas Stamford Raffles (sempre ele!), durante o domínio britânico, deu início à restauração e limpeza do local, num longo processo que só terminaria 100 anos mais tarde e mudaria várias vezes de mãos. Então, outro duro golpe: em 1985 opositores ao governo de Soeharto explodiram uma bomba durante um atentado terrorista que destruiu parte do complexo. Novamente restaurado, em 1991 o Borobodur foi finalmente tombado como patrimônio da humanidade pela UNESCO. Ufa.
O conjunto representa a visão budista do mundo. Visto de cima (veja a ilustração), o templo parece uma enorme mandala. Em sua base, que mede 118 por 118 metros, estão imagens que fazem alusão a um mundo repleto de desejos e tentações. O nirvana, o paraíso budista, estaria no topo da construção. Entrando pelo portão principal, a regra é fazer a visita no sentido horário, contornando a suas galerias. O santuário não é tão grande. Mas é preciso tempo (umas duas horas, pelo menos) para ater-se aos detalhes esculpidos em pedra, de impressionante precisão e delicadeza.
No próximo post, eu passo as dicas práticas.
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