Achados

Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Moscas: o maior perrengue de Uluru

Como diferenciar uma pessoa que acabou de pisar em Uluru de alguém que já chegou há algumas horas? Os membros do primeiro grupo estarão com o rosto descoberto, tentando mentalizar que as famosas moscas do deserto australiano não são tão insuportáveis assim. Já os “veteranos” estarão todos rendidos, com rostos cobertos por redes protetoras, tentando […]

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h23 - Publicado em 27 mar 2015, 14h44

Como diferenciar uma pessoa que acabou de pisar em Uluru de alguém que já chegou há algumas horas? Os membros do primeiro grupo estarão com o rosto descoberto, tentando mentalizar que as famosas moscas do deserto australiano não são tão insuportáveis assim. Já os “veteranos” estarão todos rendidos, com rostos cobertos por redes protetoras, tentando mentalizar que andar com um saco na cabeça não é tão insuportável assim.

 

Nas primeiras horas da manhã, logo depois que o sol aparece, você até pensa: não são tantas assim. Mas elas não demoram em aparecer. Nuvens. As moscas de Uluru não se contentam em voar pertinho de você, elas ameaçam invadir todos os seus orifícios faciais. Querem nadar na sua saliva. Tentam transformar seus cílios em trampolim. E mais: são moscas com elástico. Quanto mais forte o tapa, mais brutal é a velocidade com que ela volta exatamente para o mesmo ponto, como quem diz “chupa! Quem manda aqui sou eu!”.

Então você se rende à tal da redinha. Dos males, o menor.

No acampamento deluxe onde me hospedei (clique aqui para ler o post), redinha e repelente específico para mosca (com cheiro de Vick Vaporub) faziam parte do kit de sobrevivência dado a cada hóspede. Essa gentileza é bem comum nos hotéis da região. Mas caso você não encontre nada parecido no seu quarto, acredite: é a primeira coisa que deve ser providenciada antes de colocar o pé na rua.

 

Ver todo mundo de saco na cabeça dá um ar meio cômico a Uluru. No começo, você até faz uma força pra tirar a redinha para sair bem na foto. Mas qualquer vacilo pode gerar uma invasão. E gera. Então você desencana e assume que suas fotos serão bizarras porém autênticas.

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Sente o drama. E nem te conto como estava a cabeça de quem estava de chapéu escuro!

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A seguir, algumas dicas para sobreviver às moscas e usar um saco na cabeça com elegância:

 

1. Para que a rede protetora seja eficiente, ela não pode encostar na sua cara. Portanto, o melhor a fazer é colocar um chapéu de aba dura ou um boné e vestir a rede por fora. Se você fizer o contrário (rede antes e chapéu depois), não só as moscas continuarão pousando no seu rosto como você ficará com o nariz amassado.

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2. Evite as cores escuras, sobretudo o preto. E se você não acredita que as cores escuras atraem insetos, eis a sua melhor oportunidade de protagonizar um experimento científico.

 

3. Não rola tomar água por cima da redinha, a menos que você sugue o líquido com muita força para que o fluxo passe entre os espacinhos, tipo chupando o tecido –argh!. O negócio é enfiar a garrafa por baixo da rede, com muito cuidado para evitar invasões.

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4. Não coma ao ar livre. A menos que você queira aumentar o teor proteico da sua refeição.

 

5. Use o tal repelente de moscas em partes estratégicas do corpo: têmporas, atrás do joelho, pulso, atrás da orelha. Ele melhora a situação em uns 5% segundo a minha experiência.

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6. Evite ir no verão, quando as moscas são mais numerosas.

 

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