Achados

Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Jeri 14 anos depois: os suínos se foram

Entre as minhas lembranças da Jericoacoara de 14 anos atrás, umas das mais presentes são os porcos de Jeri

Por Adriana Setti
Atualizado em 8 dez 2020, 14h07 - Publicado em 8 dez 2009, 11h49
Nostalgia: os suínos calvos de JeriNostalgia: os suínos calvos de Jeri

Entre as minhas lembranças da Jericoacoara de 14 anos atrás, umas das mais presentes são os porcos de Jeri. Pretos, calvos, com ares meios javalísticos, feios de doer, eles estavam por todos os lados. No meio da escuridão pré energia elétrica, era normal tropeçar em um suíno no meio da rua. E eu achava tudo isso lindo.

Para uma paulistana que não sabe distinguir uma ovelha de uma cabra (isso não é uma piada), conviver com a porcada dava um ar ainda mais pitoresco a este fim de mundo até então esquecido no meio da areia. E os bichos de pé, as moscas e outras coisas nojentas eram parte do pacote, sem dramas.

Hoje, os porcos chafurdam em outras bandas. O bichão (a bichona, no caso) aí da foto, que magro e tristonho me levou a um momento de nostalgia, foi fotografado no caminho de Tatajuba.

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Além da separação entre humanos e porcos, os moradores de Jeri tomaram consciência de muitas outras coisas que visam preservar a flora intestinal de seus visitantes.

Pode ser que isso já seja normal em todo o Brasil e eu, tão por fora, esteja dizendo o óbvio. Mas em todas (to-das!) as barraquinhas de batidas da cidade, os vendedores usam luvas descartáveis para manipular as frutas e o gelo, que por sua vez é industrializado e feito de água filtrada.

Minhas entranhas de lady comprovam: os tempos são mesmo outros. Pontos pra Jeri.

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