Achados

Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Guia honesto das praias de Itacaré

Um relato detalhado de como estão as praias da cidade baiana e seus respectivos acessos

Por Adriana Setti
Atualizado em 8 jan 2024, 00h33 - Publicado em 22 dez 2021, 12h14

Se você está indo para Itacaré neste fim de ano, não desista. Como relatei no post anterior, a vida do turista por lá está normal – veja meu relato aqui. O único porém é que as praias não estão no auge do seu esplendor. Depois de tanta chuva, que continua caindo de forma intermitente, algumas praias ainda estão sujas com matéria orgânica e o mar está um pouco turvo. Eis o que você vai encontrar em cada uma delas e em seus respectivos acessos. Ah, e não deixe de ver também o meu post sobre os melhores restaurantes de Itacaré.

Praias urbanas

A praia mais afetada pela tempestade foi a da Concha, para onde o Rio de Contas carregou toneladas de baronesas (plantas que se desenvolvem nas margens fluviais), troncos, entre outros detritos orgânicos, além de muito lixo. A boa notícia é que ela já está totalmente limpa. O mar, no entanto, continua bem marrom. Mas, vamos combinar, com tanta praia linda, você não vai a Itacaré para curtir a da Concha, certo? Nas outras praias urbanas, Rezende, Ribeira e Tiririca, que também foram limpas, o mar está um pouco mais clarinho.

O acesso: Todas as praias urbanas de Itacaré são facilmente acessíveis a pé ou de carro a partir do centrinho. Então a chuva não mudou nada nesse aspecto.

Prainha, a bela das belas, totalmente limpa
Prainha, a bela das belas, já foi quase totalmente limpa. Crédito: (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Prainha

A eterna rainha das areias de Itacaré já foi quase totalmente limpa pelos funcionários da Fazenda Prainha (a propriedade privada que domina o pedaço). É a praia com o mar mais cristalino atualmente, apesar de ainda não estar “naquele” azul. Vale qualquer perrengue que você passe na trilha.

O acesso: A parte final da trilha, a partir da barraquinha de coco, que já é escorregadia normalmente – não à toa, há um corrimão de bambu por ali – se transformou em uma verdadeira pista de eskibunda na lama com as chuvas. Mas, com muito cuidado e fazendo bom uso do corrimão (basicamente agarrada nele como um papagaio), consegui não levar nenhum tombo. E olha que não sou das mais jeitosas pra esse tipo de situação. No trecho final, a lama chega no tornozelo, mas todo lodo vale a pena pra chegar na bela das belas de Itacaré.

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>> Vale saber: rolam assaltos na trilha da Prainha de Itacaré?

A trilha até a Prainha é velho motivo de dor de cabeça pra quem vai a Itacaré. Anos atrás, assaltos eram frequentes para os que se aventuravam sem guia. Mas isso não acontece há um bom tempo, até porque, com o boom do turismo na cidade, há muito mais gente indo e vindo o tempo todo. Como a segurança já não é mais um problema, os guias argumentam que o caminho é confuso e que há risco de se perder. De fato, não há nenhuma placa (segundo os locais, os próprios guias boicotam qualquer tentativa de sinalização) e a trilha tem algumas bifurcações. Se não quiser esquentar a cabeça, contrate um guia recomendado pela sua pousada. Outra opção é esperar alguém que conheça a trilha no acesso, na praia da Ribeira, e “pegar carona” – foi o que eu fiz.

A Prainha: vale a lama da trilha
A Prainha: vale a lama da trilha. Crédito: (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

O trecho inicial, partindo da Praia da Ribeira, é bem óbvio. Siga o cano azul que está parcialmente desenterrado do chão até avistar uma ponte de bambu. Nesse ponto, há várias bifurcações. Mas basta cruzar a ponte e, saindo dela, virar à direita para continuar caminhando pela trilha paralela ao rio. Um pouco depois, você deve topar com a barraquinha do coco, onde Jeová, o vendedor, se encarrega de dar as últimas instruções. Mas, basicamente, é seguir pela trilha que, nesse ponto, começa a ficar mais inclinada e lamacenta, até chegar ao mirante com vista pro mar e, depois, à praia. Ufa! O tempo normal de caminhada é cerca de 45 minutos. Mas demorei mais de uma hora por causa da lama.

A triste situação de Jeribucaçu
A triste situação de Jeribucaçu. Crédito: (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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Jeribucaçu

Infelizmente, Jeribucaçu foi a mais afetada pelas tempestades. O rio homônimo, que deságua no canto direito, não só despejou uma quantidade enorme de detritos na praia como também causou uma baita erosão. O canto direito quase desaparece na maré alta. No dia em que estive por lá (sábado passado), quase não dava para entrar no mar, de tanta baronesa. E a quantidade de lixo também era de partir o coração. Como o acesso é praticamente impossível para máquinas grandes, a limpeza ainda não está sendo feita e, ao que tudo indica, vai depender da organização da comunidade local. Consegui aproveitar o dia por lá caminhando pela trilha que leva a pequenas enseadas virgens logo ao lado, que entregam um visual incrível. Mas, para pegar praia, não está valendo a pena encarar a trilha.

O acesso: O acesso a Jeribucaçu é feito por uma trilha extremamente íngreme que rende uns 30 minutos de caminhada. Por incrível que pareça, mesmo com as chuvas, tanto a estradinha até o início da caminhada como a trilha em si estão em boas condições.

Em Havaizinho, tudo normal
Em Havaizinho, tudo normal. Crédito: (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Engenhoca, Havaizinho e Camboinha

A Engenhoca, praia favorita dos surfistas, recebeu bastante matéria orgânica com as chuvas, mas nada que comprometa o visual e o seu passeio. Vai na fé! A vizinha Havaizinho já foi limpa pelos barraqueiros – que, hoje em dia, mal deixam espaço na areia pra quem não vai consumir – e Camboinha, que é totalmente virgem, não foi muito afetada pela enxurrada de baronesas e afins.

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O acesso: Uma trilha de uns 10 minutos leva até uma bifurcação que vai dar na Engenhoca (pegando a bifurcação à esquerda, seguindo por mais 20 minutos) ou em Havaizinho (bifurcação à direita por mais cinco minutos). Caminhando 10 minutos a partir de Havaizinho, para a direita, chega-se a Camboinha. Todos esses trechos estão em ótimas condições, mesmo depois das chuvas.

Itacarezinho: tudo limpeza para o Réveillon topzera
Itacarezinho: tudo limpeza para o Réveillon topzera. Crédito: (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Itacarezinho

A praia que vai receber a festança “topzera” do Réveillon No1 já está limpíssima no trecho onde a balada vai rolar e também na frente do beach bar Itacarezinho. Menos mal! Só faltava cobrar R$ 350 reais pelo day use por cabeça, a boa e velha consumação mínima, e ainda deixar a praia suja. Linda de morrer, a praia também tem espaço de sobra pra quem quer curtir a natureza sem ver ou ser visto e/ou extirpar um rim para pagar a conta.

O acesso: O estacionamento que fica ao lado do restaurante Itacarezinho custa R$ 100 reais por carro. Pra quem paga o day use, ele sai “grátis”. Mas também é possível deixar o carro na estrada e descer a pé. A descida é extremamente íngreme, mas é fácil, por uma estradinha com trechos de terra e paralelepípedos. Calcule 20 minutos de caminhada e prepare a panturrilha para a volta.

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