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Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Cartão de débito nos Estados Unidos: depender dele é roubada

Usar o cartão de débito por lá pode render alguns problemas

Por Adriana Setti
Atualizado em 16 jan 2018, 15h56 - Publicado em 6 out 2016, 16h42

Desde que o IOF para todas as modalidades de cartões passou a ser de 6,38%, usar o cartão de débito no exterior passou a não valer mais a pena. Afinal de contas, você paga o mesmo imposto e não aproveita as vantagens que o de crédito oferece, como milhas e pontos. No entanto, o cartão de débito – Visa Electron, Maestro e afins — ainda é uma ferramenta digna para driblar a louca oscilação do câmbio (uma vez que o pagamento é à vista) e controlar melhor os gastos.

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Depois de vários anos sem ir aos Estados Unidos, passei 15 dias no país com um Visa Electron. Minha conclusão? Num lugar movido a crédito, o cartão de débito (bem-vindo na Europa e em todos os demais continentes pelos quais viajei ultimamente) é o patinho feio do sistema bancário. Caso não tivesse um cartão de crédito de backup (que não pretendia usar inicialmente), teria ficado na roubada. Talvez você que vive no eixo Miami-Nova York esteja cansado de saber isso. Mas a questão me pegou surpresa. Como não me lembro de ter lido sobre isso na blogosfera ultimamente, fica aqui o meu relato:

Em postos de gasolina

Aqui a roubadinha foi de leve. Os cartões de débito são aceitos nos postos. Mas você não consegue fazer o pagamento diretamente na bomba automaticamente, como acontece com o cartão de crédito. Ou seja, ao invés de aproveitar esse método vapt-vupt, precisa entrar na loja de conveniência, pegar uma eventual filinha e, se tudo der certo, pagar direto no caixa.

Em restaurantes

Eis a roubada máster. O problema aqui se deve ao enlouquecedor sistema de gorjetas dos Estados Unidos. Funciona assim: vem a conta, você passa o cartão, recebe um papelzinho no qual deve anotar o valor da gorjeta (de 15% a 20%) além do valor total (conta + gorjeta) e, por fim, assina. Com o cartão de crédito, fica tudo certo. Com o de débito, como o sistema é passou-debitou, a cobrança acaba sendo feita duas vezes: do valor da conta em si, mais o valor total da conta com a gorjeta incluída. Eu demorei vários dias para notar que isso estava acontecendo (caso contrário, teria passado a dar a tip em espécie, o que resolveria o problema). Mas não deu tempo de surtar: como só vi meu extrato um bom tempo depois dos primeiros gastos, alguns valores duplicados já estavam sendo devolvidos (em média uma semana após a cobrança). Isso acontece automaticamente sem que você tenha que reclamar. Mas… e se estivesse com o dinheiro contado?

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Lojas e supermercados

Outra roubadona. Em pelo menos metade das lojas onde tentei fazer compras com o cartão de débito ele não foi aceito ou só passou depois de várias tentativas. Talvez tenha sido um problema do meu banco, mas… Já nos supermercados, não tive nenhum problema. Mistério.

Hotéis e locadoras de carro

Aqui a questão não é uma particularidade dos Estados Unidos (e quanto a isso eu já estava prevenida). Mas, como estamos falando das desvantagens do débito, vale registrar. Tanto em locadoras de automóveis, como em hotéis, é preciso registrar um cartão de crédito na entrada para servir de caução. No crédito, o valor é apenas bloqueado, mas a cobrança não acontece. No débito, o valor é efetivamente cobrado imediatamente, e a devolução só é feita vários dias depois (às vezes, pode demorar mais de um mês). Se você estiver com fundos de sobra, isso não é um grande problema. Mesmo assim, quem gosta de ver o dinheiro sair da conta sem saber quando volta?

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Estacionamentos e parquímetros

Aqui foi #fail total. Nenhuma máquina aceitou meu cartão de débito.

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