Pequim (Beijing)
Por sobre as muralhas vermelhas da Cidade Proibida, hoje guardadas pelo retrato gigante de Mao Tsé-tung, esconde-se o luxuoso Hall da Suprema Harmonia, de onde os imperadores do trono do dragão despachavam ordens para seus domínios. A impressionante rede de palácios, jardins e portões nos fazem mergulhar de imediato nas cenas de O Último Imperador, de Bernardo Bertolucci, um mundo onde reinava a intriga, a política e a grandiosidade. Esse imenso conjunto palaciano é o ponto de partida ideal para conhecer Pequim (Beijing) — e pode-se bem passar mais de um dia inteiro por aqui.
Logo em frente está a ampla Praça da Paz Celestial (Tianamen), célebre pelos protestos estudantis e demonstrações militares. Em torno dos fossos do palácio estão os tradicionais hutongs, bairros populares cheios de vida, aromas e sons. Sua formação em vielas, longos corredores e pátios nos remetem à Cidade Proibida, mas obviamente numa escala menor. Se quiser mais joias arquitetonicas, visite o extenso Palácio de Verão, com seus nada acanhados lagos e edifícios, ou o simétrico e harmonioso Templo do Céu.
Mas nem só de tradições vive a China de hoje. No parque olímpico você verá novos ícones da paisagem urbana, como o estádio Ninho de Pássaro, que junto com a sede da CCTV – projeto de Rem Koolhaas, e o Grande Teatro Nacional, descrevem as ambições atuais do país. Hoje as bicicletas começam a rarear, dando lugar a largas avenidas de cinco pistas, os hutongs são demolidos e seus habitantes enviados para os subúrbios e simpáticos restaurantes familiares que vendiam baozis (pãezinhos recheados) fumegantes já cederam seu lugar a enormes centros de compras. Mesmo o simpático cãozinho pequinês já não é visto com frequência. No entanto, o que felizmente ainda se vê são restaurantes que servem pratos do norte do país – pouco disseminados fora da região, além do delicioso Pato de Pequim, cuja pele laqueada, super crocante, é envolta em delicadas panquequinhas. Simplesmente imperdível. Para outras experiências gastronômicas, não deixe de visitar as barracas de rua de Wangfujing (cavalos-marinhos e escorpiões estão nos cardápios) ou as disputadas casas em Sanlitun.
Entre uma refeição e outra aproveite para fazer programas como assistir a um colorido espetáculo da ópera de Pequim ou uma apresentação do mirabolante circo imperial, sendo que esta última certamente entreterá toda a família. Passeios populares a partir da capital são as visitas a trechos da Grande Muralha, que vão de ruínas originais a seções totalmente reconstruídas, e as tumbas das dinastias Ming e Qing.
COMO CHEGAR
O moderno e amplo Aeroporto Internacional de Pequim fica a cerca de 30 quilômetros do centro da cidade. Para acessá-lo, são três opções: o ônibus shuttle bus (US$ 2,40) que lhe deixará no centro da cidade, próximo à Cidade Proibida; trem Airport Express (US$ 3,70) e táxi (cerca de US$ 15).
Pequim possui transportes para as maiores cidades turísticas do país (Macau, Hong Kong, Xi’an, Xangai, Kashgar, Lhasa), seja por trem ou avião.
COMO CIRCULAR
Pequim vem expandindo rapidamente sua rede de transportes públicos, principalmente o metrô, rápido, barato e prático, entregue para os Jogos Olímpicos de 2008 e ainda expandindo. Táxis são convenientes para deslocamentos para regiões não muito bem servidas pelo serviço público, mas cabe lembrar que alguns taxistas não agem de boa fé. Apesar de haver taxímetros, alguns insistirão em fechar um preço fixo. Não aceite. Outra dica: como muitos não falam inglês, tenha sempre em mãos o nome de seu hotel ou destino escrito em caracteres chineses.
Ônibus tem bons trajetos cobrindo boa parte de Pequim. No entanto, compreender os itinerários pode ser bem complicado e o trânsito pode ser irritante. Peça ajuda para o staff de seu hotel. Uma opção que no passado era bastante popular, as bicicletas, continua sendo uma alternativa interessante. Pequim é uma cidade plana e não há nada como uma magrela para explorar a metrópole. No entanto, tenha em mente que a poluição do ar pode estragar parte do passeio, assim como motoristas de carros que não são lá muito respeitosos.
ONDE COMER
Beijing possui um vasto repertório de bons restaurantes, dos mais simples aos mais requintados. Aqui você encontrará vários pratos conhecidos, como dim suns, macarrão frito (que nós comumente conhecemos pelo nome japonês yakisoba), pãezinhos recheados baozi e jiaozi e o clássico pato de pequim, uma iguaria obrigatória cuja melhor parte é a pele crocante e laqueada. A comida é razoavelmente segura, mas evite alguns estabelecimentos muito alternativos.
A cidade hoje possui muitos shopping centers com variadas praças de alimentação (com toda sorte de lanchonetes, até de marcas norte-americanas bem conhecidas) e estabelecimentos mais sofisticados, servindo competentes menus de cozinha chinesa, italiana, japonesa, francesa, coreana e tailandesa, entre outras especialidades.
ONDE FICAR
Hospedar-se no Centro, na região da Cidade Proibida, significa ficar bem próximo das principais atrações, construções históricas e serviços como bancos. Aqui o sistema de transporte é bem eficiente e também é possível fazer bons passeios a pé. No entanto, há alguns hotéis-butique e estrelados no subúrbio, com paisagens estonteantes, ótimos restaurantes e infraestrutura. O inconveniente é o transporte até o Centro, quase sempre feito com táxi.
Informações ao viajante
Línguas: mandarim
Saúde: Exige certificado internacional de vacinação contra febre amarela.
Melhor época para visitar: A melhor época para visitar a China é durante a primavera (de março a maio) ou o outono (de setembro a novembro), quando as temperaturas são amenas. O inverno pode ser bastante rigoroso e é comum nevar, até mesmo em Pequim. No verão, as temperaturas batem na casa dos 30 ºC frequentemente. Evite o Sul da China de abril a setembro, época de monções.