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Ilha Grande

Por Adrian Medeiros
Atualizado em 19 jun 2018, 17h15 - Publicado em 28 set 2011, 12h47

Ilha Grande, a maior das ilhas da baía de Angra dos Reis, tem seus 193 montanhosos quilômetros quadrados alcançados após 1h30 de viagem de barco. Avistado pela primeira vez pelo navegador português Gonçalo Coelho em 1502, o lugar seria palco de várias batalhas marítimas nos séculos seguintes, pedaço da história que foi parar no fundo do mar. Piratas e comerciantes de escravos também a utilizaram bastante para fins nada nobres.

E, mesmo no século 20, a ilha serviu de presídio para presos políticos (o escritor Graciliano Ramos escreveu seu “Memórias do Cárcere” ali, durante o governo de Getúlio Vargas). Assim, causa alívio ver que este pedaço preservado da Mata Atlântica tem agora como sua principal atividade econômica o turismo – os gringos chegam a responder por mais da metade dos lucros dos agentes locais.

Com cerca de 3.000 moradores, a Vila do Abraão é hoje o principal povoado local. Entre as principais praias, estão a belíssima Lopes Mendes, bastante procurada para mergulho por suas águas translúcidas, e a pequena Cachadaço, com o bônus de uma piscina natural. Passeios de escuna e lancha proporcionam uma visão completa da ilha. Depois dos graves deslizamentos de terra ocorridos no Ano Novo de 2010 na Enseada do Bananal, a comunidade realizou uma série de eventos culturais, como o Festival de Música e Ecologia da Ilha Grande, uma das iniciativas que vêm fazendo a vida voltar ao normal.

Atenção: traga dinheiro e cheque, não há caixas eletrônicos por aqui.

COMO CHEGAR

O único jeito de alcançar a ilha é de barco, a partir de Angra dos Reis ou de Mangaratiba – o desembarque é na Vila do Abraão. Do Centro de Angra saem, todos os dias, três catamarãs no cais de Santa Luzia (3365-6426; 8h, 11h e 16h, R$ 30 cada trecho, R$ 50 ida e volta) e uma barca do cais da Lapa (0800-721-1012; 2ª/6ª 15h30, R$ 4,50; sáb/ dom 13h30, R$ 16,50 ou R$ 25 ida e volta). De Mangaratiba parte outra barca às 8h (6ª também às 22h) com os seguintes preços: R$ 6,35 (2ª/6ª) e R$ 14 ou R$ 25 ida e volta (sáb/dom).

COMO CIRCULAR

Na ilha não circulam carros e a maioria das praias tem acesso por trilhas longas ou barco. Quem se hospeda na Vila do Abraão, a principal, vai a pé parabares, restaurantes, lojas e agências de turismo. Carregadores cobram, em média, R$ 15 para levar as bagagens do píer até as pousadas, usando carrinhos de mão.

ONDE FICAR

A maioria das pousadas fica na Vila do Abraão. As mais confortáveis estão em outras praias, mais preservadas, como a da Bica e a Pequena (há traslado a partir de Abraão). Em geral, as pousadas oferecem o básico: café da manhã e quarto com TV e cama. O serviço costuma ser improvisado, exceto quando os donos administram pessoalmente. O GUIA QUATRO RODAS BRASIL fez uma seleção que vai de endereços confortáveis em localizações agradáveis, como o Estrela da Ilha, pousadas familiares e albergues.

Camping — A Praia do Aventureiro é daqueles que ainda estão como vieram ao mundo. Não há energia elétrica, está em uma reserva, tem poucas construções e nenhuma pousada. Só há 18 campings. E eles cobram entre R$ 12 e R$ 15 a diária. Alguns agregam gerador e cozinha à estrutura. Mas também existem restaurantes ao longo da pequena orla. Também são simples e funcionam no sistema de bufê. Para chegar à praia, é necessário fazer um cadastro (com apresentação de RG e CPF) no Centro de Informações Turísticas de Angra dos Reis e escolher uma das embarcações legalizadas para realizar o trajeto a partir do cais de Angra (2h30 de viagem, R$ 50 em média). Dois dos campings mais famosos da região são o Camping 8 (tratar com Deise, 9956-4160) e o Camping 18 (tratar com Luís, 9815-3404). Veja a lista completa aqui.

ONDE COMER

Na Praia do Abraão ficam os principais restaurantes. O clima informal é reforçado pela localização pé de areia e pela brisa do mar. A maioria investe em receitas com peixes da própria ilha, como namorado e dourado.

QUANDO IR

Durante o verão e, principalmente no Réveillon e no Carnaval, a ilha fica cheia de gente e chove muito. Em março e abril ainda faz calor e lotação cai. De maio a outubro, as chuvas são menos frequentes e o clima é ameno.

SUGESTÃO DE ROTEIROS

2 dias — Vá às lagoas Verde e Azul e às praias de Cachadaço  e do Aventureiro — dá para visitar todas elas em um só passeio, de lancha. Se preferir passar o dia em um só lugar, pegue um táxi-boat e estique a canga em Lopes Mendes. À noite, passe pela Vila do Abraão e experimente um dos criativos pratos do restaurante da pousada O Pescador.

5 dias — Você terá tempo para fazer trilhas. Duas delas partem do mesmo lugar, o Aqueduto. A mais longa (são três horas), porém mais fácil, leva ao Saco do Céu. Já para chegar à Praia da Feiticeira, caminhada de trinta minutos é por um trecho íngreme e escorregadio. Dedique ainda um dia às ruínas do presídio Cândido Mendes, na Praia de Dois Rios. Depois do pôr do sol, prove a moqueca do restaurante Lua e Mar.

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