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Guia de destino

Bonito

Por Bárbara Ligero, Fabricio Brasiliense Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Cecilia Carrilho | out 2025

Bonito é simplesmente o melhor destino para mergulho fluvial do Brasil e já ganhou 18 (!) vezes o prêmio de Melhor Destino de Ecoturismo no Prêmio o Melhor de Viagem e Turismo. O lugar é um exemplo de manejo, sustentabilidade e hospitalidade, com atrações espalhadas também pelas vizinhas Jardim, a 45 km, e Bodoquena, a 70 km de distância. Na nascente cristalina do Rio Baía Bonita, que forma o Aquário Natural, ou no Rio Sucuri, de leve correnteza, você nada lado a lado com diversas espécies de peixes coloridos.

Praticamente toda região serrana é voltada ao ecoturismo, com mais de 30 atrações. Uma única viagem é impossível para conhecer tudo o que o destino oferece, mas para fins de roteiro o interessante é colocar na programação ao menos uma flutuação, uma gruta, uma cachoeira, um balneário e um passeio de aventura, como por exemplo quadriciclo, rapel ou boia cross. A partir daí é possível dosar a programação de acordo com o interesse.

Os preços dos passeios em Bonito são tabelados e você precisa sempre agendá-los, não existe compra de ingresso na porta do atrativo (são mais de 50 agências no centro de Bonito à disposição). Você pode alugar um carro durante toda a estadia ou reservar o transfer para os passeios com a agência onde o ingresso foi comprado.

É uma típica “viagem família”, mas isso não quer dizer que o destino não tenha muita aventura – há passeios de botes em corredeiras, boia-cross, mergulho com cilindro e até rapel.

A preocupação com o meio ambiente, por aqui, é levada a sério. Parece até que muitas das atrações da cidade foram descobertas recentemente, de tão intocadas. Tanta beleza e organização, no caso, têm seu preço: ao planejar a viagem, leve em conta que os principais passeios custam caro (em alguns casos, os valores incluem guias, equipamentos para as flutuações e até almoço).

QUANDO IR

Dá para ir para Bonito o ano inteiro pois a variedade de passeios é enorme, mas a época de seca, entre junho e agosto, costuma ser a melhor para as flutuações – aproveite para acompanhar a programação do Festival de Inverno, em julho ou agosto.

Entre dezembro e janeiro, durante as férias escolares de verão, as cachoeiras ficam mais volumosas, mas a procura pelos passeios é enorme e as chuvas podem deixar as águas turvas. Ainda que Bonito seja sinônimo de flutuações, há outros passeios como grutas, balneários e turismo de aventura.

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ONDE FICAR

A maioria das hospedagens está no centro, onde também ficam grande parte das agências de turismo, restaurantes e lojas.

O Zagaia Eco Resort ocupa uma imensa área verde com lago, piscinas e espaço de sobra para quem gosta de correr. As acomodações são amplas – destaque para o chuveiro – e o local ainda conta com agência de passeios. Ideal para famílias, o hotel resort oferece atividades com recreadores, piscinas aquecidas, parque aquático infantil e quadras para esportes. Em 2025 o empreendimento anunciou que deverá fazer uma grande ampliação em suas instalações nos próximos anos.

O Ibis Styles Bonito (antigo Promenade Bonito All Suites), foi inaugurado em 2022 e lembra os motéis americanos, com blocos de apartamentos de dois andares onde o hóspede estaciona o carro na porta. As suítes são espaçosas e contam com cama de casal mais um sofá-cama.

O Hotel da Praça, localizado na Coronel Pilad Rebuá, a principal rua de Bonito, tem construção espelhada e apartamentos compactos com decoração minimalista. Lá também fica o Hotel Paraíso das Águas, com piscina, churrasqueira e sauna à vapor.

De 2017, o Bonito Ecotel tem pegada sustentável: produz a própria energia elétrica, utiliza aquecimento solar para a água e oferece  piscina, redário e jardim. Já a Pousada Arte da Natureza, no centro da cidade, tem acomodações com piscinas privativas e uma área social com piscinas externas, spas e bares molhados.

Ainda próximos à região central, mas um pouco mais distantes dos lugares de maior movimento, a Pousada Surucuá tem piscina, redário e quartos amplos com ar-condicionado e cama king-size. O Wetiga tem área de lazer completa, com piscinas externa e térmica, spa, academia e salão de jogos.

Fora do centro, alguns hotéis utilizam o terreno de antigas fazendas e oferecem a oportunidade de aproveitar a natureza para além dos passeios. Com amplas áreas verdes, o Hotel Santa Esmeralda possui chalés rústicos e charmosos à beira do Rio Formoso.

Se você busca uma hospedagem mais sossegada e exclusiva, a Casa Vagalume pode ser uma boa pedida. Localizada a 15 km do centro, a casa é inteiramente reservada para o hóspede e seus convidados. São oito suítes, uma área externa com piscina e um amplo quintal com decks e acesso ao Rio Formoso. Para completar, não é preciso sair nem para almoçar: a estadia inclui uma equipe com chef de cozinha.

O Hotel Cabanas alia hospedagem em cabanas com atrativos naturais e de aventura dentro da propriedade. No boia cross, os visitantes encaram 1.200 metros de descida pelo Rio Formoso em boias individuais, passando por cachoeiras e corredeiras. Já o arvorismo desafia o equilíbrio e a coragem entre as copas das árvores, com 18 obstáculos e duas tirolesas, sendo a última uma tirolesa aquática que termina com um mergulho refrescante. Ambas as atividades são indicadas para adultos e crianças a partir de 1,15 m de altura e garantem adrenalina e diversão.

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ONDE COMER

A carne de jacaré é uma das especialidades da região e divide espaço nos cardápios com os peixes do Pantanal, como piraputanga, pacu, pintado e dourado.

A alta gastronomia chegou a Bonito em 2023 com a inauguração do Bacuri Cozinha Regional, que é hoje o melhor restaurante da cidade. Sob o comando do chef Sylvio Trujillo, a casa tem criações como o fabuloso cupim de colher e a piraputanga assada com farofinha de moqueca. De entrada, vá de sashimi do piloteiro, uma receita local feita com peixe filetado servido com um molho generoso à base de pimentão amarelo, óleo de urucum e especiaria da guavira. Apenas vá!

O Juanita é outro restaurante que merece estar no seu roteiro e cujo carro-chefe é o pacu na brasa, o melhor que você irá provar em Bonito.

Na Casa do João, é possível provar diversos pratos típicos, como a traíra frita com salada, arroz e pirão. O restaurante ainda tem uma lojinha com souvenires e artesanato local.

A carne de jacaré é um dos recheios servidos no pastel do Pastel Bonito.

Na lanchonete Vício da Gulaa carne de jacaré e outros ingredientes regionais como a guavira e o jaracatiá são transformados em sucos, sanduíches e bombons. O agito noturno é garantido no Taboa Bar, que compra cachaça de produtores locais e fabrica infusões com frutas e especiarias. O bar tem música ao vivo.

O QUE FAZER

Os passeios de Bonito podem ser divididos em algumas categorias. Para aproveitar as atrações ao máximo, é preciso ter planejamento. Primeira dica: monte uma programação diária, e compre as entradas para os passeios com antecedência, antes da viagem – muitas atrações limitam o número de visitantes. E tente colocar no máximo duas atividades por dia e assim evitar fazer da sua viagem uma maratona. Considere também que alguns dos melhores atrativos, como a flutuação no Recanto Ecológico Rio da Prata e o Buraco das Araras, ficam no município vizinho de Jardim, a 45 km – ao escolher um atrativo, informe-se para saber o que tem ao redor e assim evitar deslocamentos desnecessários.

Os vouchers para quase todas as atrações são vendidos exclusivamente nas agências de turismo da cidade. Os preços são tabelados, e a entrada pode ou não incluir almoço, lanche e equipamentos como máscara, snorkel e roupa de neoprene para as flutuações.

Os preços publicados nas atrações não levam em conta o valor dos traslados, que devem ser adquiridos com as agências (quem chega de carro encontra facilmente os lugares, já que tudo é sinalizado).

Flutuações e grutas

As flutuações são as atrações máximas de Bonito. Nelas, a correnteza te conduz suavemente por rios de água cristalina, enquanto cardumes de peixes nadam ao seu lado. Os principais roteiros são os do Recanto Ecológico Rio da Prata, Rio Sucuri, Aquário Natural e o da Nascente Azul. A Barra do Sucuri também é uma boa opção.

Todas contam com estrutura completa e guias credenciados. No Recanto Ecológico Rio da Prata, em Jardim (45 km de Bonito), o passeio começa na sede da fazenda, onde o visitante recebe orientações, se equipa com snorkel e roupa de neoprene, seguindo até o início da trilha à bordo de um jipe. Após uma caminhada leve de 600 metros pela mata nativa, chega-se à nascente do Rio Olho d’Água. A partir dali, o grupo se deixa levar pela correnteza em um percurso de cerca de 2 km até o encontro com o Rio da Prata. No meio do percurso você sai da água, faz uma pequena trilha e entra novamente no rio. A flutuação dura, em média, quatro horas. Não é difícil e até quem não sabe nadar aproveita muito pois os guias são muito atenciosos. No valor do ingresso está incluído também um almoço divino servido no fogão a lenha – fazer a flutuação antes de almoçar pode ser uma boa. Deixe um espaço para o doce de leite que é produzido em tachos imensos. Há outras atividades no recanto como cavalgada e observação de aves. Pode ser uma boa juntar no mesmo passeio a visita ao Buraco das Araras.

Outro bom passeio para quem quer adrenalina são os mergulhos com cilindro na Lagoa Misteriosa. O passeio começa com uma trilha até um mirante e desce por uma escadaria de 185 degraus até o deque da lagoa. Ali, os visitantes mergulham em águas cristalinas como se estivessem flutuando sobre um abismo azul e são acompanhados de pequenos peixes, que brilham com os feixes de luz. A atividade é dividida em quatro categorias, do Batismo, para iniciantes, ao Autônomo Avançado, para mergulhadores certificados, com profundidades que variam de 8 a 30 metros. A Lagoa Misteriosa não está disponível para visitas o ano inteiro. No período de outubro a abril, as atividades costumam ser suspensas devido à proliferação de algas, o que aumenta a turbidez da água e prejudica a visualização. O passeio completo leva cerca de 1h40 e pode ser combinado com a flutuação no Recanto Ecológico Rio da Prata, nas proximidades. Saiba mais

Com nome inspirado pelo seu formato ondulado, o Rio Sucuri, a 19 km do centro de Bonito, corre dentro da Fazenda São Geraldo, lugar em que o visitante passa por um breve treinamento antes de seguir até o início da trilha que leva à nascente. Durante a flutuação de 1,8 km, guiada e acompanhada por barco de apoio, é possível observar peixes como piraputangas e dourados, além de uma vegetação aquática exuberante. As águas, filtradas naturalmente pelo calcário, são tão transparentes que permitem enxergar longas distâncias. O passeio dura cerca de 2h30 e é ideal também para crianças e idosos, sendo mais light do que o Rio da Prata.

O Aquário Natural, na Reserva Ecológica Baía Bonita (7 km do centro), começa com uma trilha de 400 metros até a nascente. Após contemplar a região, o visitante entra no rio e flutua por 800 metros, cercado por peixes como tambaquis e o curimbatás. O trajeto termina no encontro com o Rio Formoso, onde há tirolesa e deck para banho. Todo o percurso é acompanhado por guias e barco de apoio, e a estrutura conta com receptivo e restaurante.

Já a Nascente Azul combina flutuação com atividades de lazer. O passeio começa com uma trilha acessível até a cachoeira de tufas calcárias e segue até a nascente, com águas de tonalidade azul-turquesa, onde o grupo realiza a flutuação, observando jardins subaquáticos e cardumes coloridos. No fim, o visitante pode aproveitar o Balneário Nascente Azul, com tirolesas, circuito de pontes suspensas, piscina ecológica, módulos infláveis interligados (floats) e restaurante regional – a criançada adora!

A Barra do Sucuri oferece uma experiência mais tranquila. O passeio começa com uma curta trilha até o deck principal, seguida de um trajeto de barco elétrico rio acima, de onde se tem vista privilegiada da mata e da fauna local. No retorno, é hora de flutuar: guiado e equipado com snorkel e colete, o visitante desliza pelas águas cristalinas do Rio Sucuri cercado por peixes e plantas aquáticas.

Entre as grutas da região, os destaques são a Gruta do Lago Azul – cartão-postal de Bonito -,  e as Grutas de São Miguel, ambas com passeios guiados e estrutura de visitação.

Na Gruta do Lago Azul, a visita começa com uma breve caminhada até a escadaria de cerca de 300 degraus talhados na rocha, que leva ao interior da caverna. Lá embaixo, surge o cenário mais famoso da cidade: um lago de tom azul intenso, cuja cor muda conforme a luz do sol atravessa as fendas das pedras. A visita dura cerca de 1h30, e é totalmente contemplativa, ou seja, não é permitido nadar. O atrativo fica a 21,5 km do centro e é considerado monumento natural desde 1978, contando com um receptivo equipado e área de descanso.

Já o passeio pelas Grutas de São Miguel, a 18 km do centro, começa com uma trilha suspensa de quase 200 metros entre as copas das árvores, que leva até a entrada da caverna. A partir daí, o passeio guiado segue gruta adentro, com os visitantes equipados de lanternas fornecidas no local. O trajeto subterrâneo revela formações rochosas milenares, como estalactites e estalagmites, e abriga animais como morcegos, pequenos insetos e até a coruja suindara. O local também organiza visitas noturnas que têm uma adrenalina a mais.

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Cachoeiras, balneários e mais

Uma boa opção para conhecer cachoeiras é o Parque das Cachoeiras, onde o Rio Mimoso forma sete quedas d’água de diferentes alturas e volumes. O passeio é feito por trilhas que conectam as cachoeiras em meio à mata, revelando pequenas piscinas naturais pelo caminho. Durante o percurso, há paradas em plataformas de observação, ideais para contemplar a paisagem ou dar um mergulho. O parque também conta com áreas de descanso com quiosques e um espaço para refeições.

Outra opção de circuito de cachoeiras é a impressionante Estância Mimosa, também formada pelo Rio Mimoso. Ela possui 10 quedas d’água, 9 paradas para banho e um circuito belíssimo cercado por muito verde e lindas formações calcárias que mais parecem cenários de Avatar. Um trecho do passeio é realizado em barco elétrico movido a energia solar e há muitas passarelas de madeira ao longo do percurso. E por último, mas não menos importante, o almoço servido no fogão a lenha é simplesmente fabuloso. A Mimosa fica um pouco depois do Parque das Cachoeiras, a 24 km de Bonito.

Balneários

Bonito (e a vizinha Jardim) também conta com opções perfeitas para quem quer relaxar no chamados balneários, que são imensas áreas verdes com rios cristalinos, natureza e restaurantes.

O balneário Eko Park Porto da Ilha é um destino completo: quem quiser fazer absolutamente nada, apenas ficar de molho sossegado, pode. Quem quiser ficar de molho e fervendo com os amigos, também pode. Quem preferir embarcar em passeio de bote, de duck e de stand up paddle, consegue também. São 4 áreas de banho bastante espalhadas e algumas têm decks flutuantes. Você pode também apenas ficar brincando em corredeiras, cercado por peixões. Vá para almoçar, o restaurante serve um tambaqui divino – o cardápio é assinado por Sylvio Trujillo, chef do excelente Bacuri. O parque fica a 13 km do centro de Bonito.

Às margens do Rio Formoso, o Balneário do Sol é um dos mais completos da região e agrada tanto famílias quanto aventureiros. O local oferece piscinas naturais, cachoeiras, tirolesa e trampolim, além de áreas para nadar entre piraputangas, curimbas e dourados. Há ainda quadras de vôlei, parque infantil e uma fazendinha com lhamas. Cercado pela vegetação do cerrado, o balneário conta com restaurante, lanchonete e churrasqueiras, sendo ideal para passar o dia em meio à natureza.

O Balneário Municipal, a apenas 7 km do centro, é o mais tradicional e acessível de Bonito. Lá, as águas transparentes do Rio Formoso formam piscinas naturais onde é possível nadar entre peixes coloridos. O local tem boa estrutura, apesar de simples, com churrasqueiras, vestiários e futebol de areia. Já a Praia da Figueira, a 19 km da cidade, tem areia branca, lagoa de 60 mil m² e um clima de praia em pleno cerrado. Com quiosques, redário, bar e restaurante, o espaço também oferece atividades como tirolesa, caiaque e um pequeno parque aquático.

Em Jardim, o Buraco das Araras é um espetáculo natural. A dolina de cerca de 100 metros de profundidade é o lar de dezenas de araras-vermelhas que sobrevoam os paredões de arenito e fazem seus ninhos por ali. O trajeto é feito por uma trilha leve de 970 metros com dois mirantes para observação das aves e da paisagem do cerrado.

Abismo Anhumas

O Abismo Anhumas é o atrativo mais radical e surpreendente de Bonito. Para pisar na caverna é preciso fazer um rapel passando por uma estreita fenda no chão e descer 72 metros de altura até um deck que flutua sobre um lago cristalino com 80 metros de profundidade. A boa notícia é que agora o rapel é motorizado, o que facilita muito e permite que mais pessoas possam encarar a subida e a descida.

Lá embaixo, guias conduzem visitantes em botes infláveis por dentro da caverna para ver de perto as formações rochosas. O passeio tem upgrades pagos à parte, como o mergulho com snorkel ou cilindro (para quem é certificado) para observar os enormes cones de calcário – mesmo com roupas de neoprene, a água é geladíssima.

O Abismo Anhumas é a atração mais cara de Bonito porque o manejo é feito um a um, tanto que um dia antes da atividade o visitante precisa ir até o escritório no centro de Bonito para uma aula sobre cuidados na atividade e, para quem optar pelo mergulho, provar a roupa de neoprene.


A descida pelo rapel elétrico é feita com duas pessoas ao mesmo tempo que são atadas a uma “cadeirinha” e cruzam as pernas uma na outra para conferir maior estabilidade na descida. Devidamente amarrados, a plataforma então se abre, o rapel vai descendo por uma parte inicial mais estreita que após alguns metros se abre e você topa com com um salão imenso sobre os seus pés. É literalmente uma viagem ao centro da terra. Ao aterrisar no deck flutuante, um guia aguarda para desatar a cadeirinha e tem início a aventura.

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Bodoquena

A 70 km de Bonito, o município de Bodoquena vem se tornando uma nova fronteira do turismo da região. O destino abriga parte da Serra da Bodoquena, região de rios cristalinos, paredões de pedra e cachoeiras monumentais.

Entre as principais atrações está a Boca da Onça, a cachoeira mais alta do estado, com 156 metros de altura. Ela pode ser visitada por meio de trilhas, como a trilha ‘Discovery’ da Boca da Onça, com 6,5 km de percurso e passagem por outras 14 quedas d’água formadas pelo Rio Salobra ao longo do caminho. O passeio inclui café da manhã e almoço, ou seja, é para passar o dia e já chegar com fome.

Nos Cânions do Salobra, o Acqua Trekking é uma caminhada ao longo do rio Salobra com paradas para mergulho. O passeio começa na Fazenda Remanso e, após as instruções de segurança, o grupo segue por um percurso de sete quilômetros entre as águas cristalinas e geladas, cercado por paredões que chegam a 90 metros de altura. Durante cerca de cinco horas de caminhada, há paradas para banho em piscinas naturais, pequenas cachoeiras e trechos com vista panorâmica dos cânions. Ao fim da trilha, um almoço caseiro na fazenda encerra o passeio com comida simples e reconfortante, enquanto redes à sombra e o canto das araras convidam ao descanso. Para quem prefere uma versão mais leve, há também uma versão reduzida de 4 km, ideal para combinar com outras atividades no mesmo dia.

Na região dos Cânions do Salobra também é possível praticar o Caiaque Duck, passeio que alterna trechos a pé e de caiaque inflável. Lá, os visitantes embarcam em um caiaque inflável e margeiam formações rochosas impressionantes ao mesmo tempo que descem por corredeiras suaves. As águas cristalinas permitem observar a vida subaquática local, incluindo peixes coloridos e tartarugas.

No Rio Azul, a flutuação acontece em águas cristalinas e de temperatura constante, em torno de 26°C. Após receber instruções de segurança e os equipamentos no receptivo, os visitantes fazem uma curta trilha até o ponto de embarque e seguem de barco até a nascente. Ao longo de 840 metros, é possível nadar entre peixes e observar a vegetação submersa, em meio à água transparente e tranquila. O passeio termina com um trecho de lancha pelo Rio Salobra, onde se pode apreciar a transição da Serra da Bodoquena e Cerrado para o Pantanal.

Projeto Jiboia

Mesmo com um dia inteiro de atividades, vale guardar um pouquinho de energia para curtir a noite de Bonito. E ela pode começar cedo, às 19h, no Projeto Jiboia.

Ali, todos os dias, você pode ter uma aula sobre a importância da preservação do animal (você nem percebe o tempo passar!). O criador de cobras é Henrique Naufal, um paulista que descobriu a exótica paixão por serpentes em uma viagem à Austrália. No fim, ele mostra como o bicho é dócil, colocando-o no ombro dos turistas para uma foto.

Depois de jantar em um dos restaurantes do centrinho, vale dar uma passeada pelas lojas para garantir uma lembrancinha. Em seguida, siga direto para o Taboa Bar.

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Como chegar

Em setembro de 2025, a Latam passou a operar voos diretos entre Bonito  e o Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). A Gol mantém ligações diretas saindo de São Paulo (Congonhas) – e compensa as emissões de carbono de todos os passageiros, reforçando o compromisso com o ecoturismo. Já a Azul voa direto para Bonito a partir de Viracopos (Campinas).

Outra possibilidade é ir por Campo Grande, a capital, e fazer o percurso de carro. Uma boa notícia: o asfaltamento da MS-345 (ou Estrada do 21) foi entregue em julho de 2024 e reduziu em 40 km a viagem até Bonito. Quem sai de Campo Grande deve pegar a BR-262 e, na altura de Anastácio, seguir pela MS-345. Agora, pela estrada nova, são 260 km entre Campo Grande e Bonito (a viagem pela BR-060 continua levando cerca de 300 km). A viação Cruzeiro do Sul faz o trajeto de ônibus diariamente, com saídas do aeroporto de Campo Grande, e a viagem leva cerca de 5 horas.

Como circular

Carro faz toda a diferença, pois a maioria das atrações fica distante do centro. O meio de transporte também te dará mais liberdade na hora de escolher os dias e horários de cada passeio.

Dá para alugar um carro tanto em Bonito (a Unidas e a Localiza entregam o carro no aeroporto; algumas agências de turismo, como a Bonitour, também alugam o veículo) como em Campo Grande.

Outras opções são os traslados das agências de turismo, vans privativas e táxis.

O que levar

Aqui vão alguns itens essenciais para levar na mochila durante os passeios: binóculos, câmera fotográfica, papete (ideal para trilhas e cachoeiras), água, chapéu ou boné, protetor solar e repelente.

Alguns dos passeios, principalmente os de flutuação, oferecem serviço de foto e câmeras GoPro para aluguel, ideais para fotos debaixo d’água. Mas, se você já tiver uma ou outra alternativa à prova d’água, melhor ainda – é um gasto a menos.

 

Sugestões de roteiro

Um dia – A flutuação no Rio Sucuri, principal atração da cidade, pode ser feita pela manhã. Peixes como piraputangas e dourados nadarão ao seu lado. Depois da aventura, você pode curtir o resto do tempo na fazenda do lugar, ou partir para conhecer a impressionante Gruta do Lago Azul, na mesma região.

Para finalizar, há dois bons programas: jantar no Bacuri Cozinha Regional, e fim de noite no Taboa Bar, com a ótima cachaça misturada com mel, canela, guaraná e ervas.

Cinco dias Bonito tem muitas atrações – e você não consegue ver tantas no mesmo dia, por causa das distâncias e do tempo gasto para visitá-las. Depois de curtir a flutuação, aposte nas cachoeiras: a Boca da Onça, a mais alta do estado, e o Parque das Cachoeiras são imperdíveis.

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No Abismo Anhumas, a diversão é para quem gosta de fortes emoções: uma descida de rapel motorizada leva a uma das maiores cavernas submersas do Brasil. Também não dá para voltar do destino sem mergulhar no belo Aquário Natural, ou visitar as Grutas de São Miguel.

Programe, também, um dia inteiro para visitar a vizinha cidade de Jardim, onde você confere a inesquecível flutuação no Rio da Prata, a Lagoa Misteriosa e o Buraco das Araras. Se sobrar tempo, tire um dia para aproveitar as “praias” de Bonito, como o Eko Park Porto da Ilha.

+ Veja uma sugestão de roteiro de 4 dias em Bonito e região

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