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Temporada nacional de cruzeiros recebe sinal verde para acontecer

Apesar da negativa da Anvisa, ministérios liberaram a circulação dos navios a partir de novembro

Por Bárbara Ligero
Atualizado em 19 out 2021, 17h01 - Publicado em 5 out 2021, 20h03

Agora é oficial: a temporada nacional de cruzeiros marítimos está confirmada e acontecerá entre novembro de 2021 e abril de 2022 com cinco navios percorrendo a costa brasileira. O anúncio foi feito pelo Ministério do Turismo no dia 2 de outubro, logo após a publicação da portaria nº 657 e pouco menos de um mês depois da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgar uma nota desaconselhando a realização dessas viagens.

Apesar de ter um peso importante, o parecer da Anvisa não foi capaz de cancelar a temporada de cruzeiros devido à existência da Lei 13.979 de fevereiro de 2020, que estipula que durante o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus cabe ao Ministério da Saúde, ao Ministério da Infraestrutura e ao Ministério da Justiça e Segurança Pública decidirem sobre restrições em rodovias, aeroportos e portos.

Após meses de negociações encabeçadas pela Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), as três pastas acabaram autorizando a circulação de navios e a Anvisa definiu os protocolos que deverão ser seguidos a bordo. Em comunicado, a Clia Brasil destacou que a retomada desse tipo de turismo representará um passo importante para a recuperação econômica do país, com impacto de R$ 2,24 bilhões e geração de 35 mil empregos.

Após 20 meses de paralisação do setor de cruzeiros marítimos no Brasil, a Costa e a MSC pretendiam trazer, respectivamente, duas e quatro embarcações para a temporada 2021/2022. No entanto, o número total diminuiu para cinco porque a portaria nº 657 não menciona até o momento a possibilidade de realização de roteiros com destino a países estrangeiros. Essa indefinição fez com que a MSC cancelasse a participação do navio Sinfonia, que faria roteiros pela Argentina e Uruguai, e também fizesse mudanças nos roteiros do Splendida e do Preziosa.

A Costa, por outro lado, decidiu manter os itinerários do Fascinosa com esticadas até Montevidéu e Buenos Aires. “Estamos trabalhando junto às autoridades locais e temos a confiança de que nos próximos dias serão divulgadas as definições sobre esta portaria, uma vez que os governos da Argentina e do Uruguai já autorizaram a realização de cruzeiros com a presença de hóspedes brasileiros”, afirmou a armadora. Veja aqui um raio-X dos navios confirmados e dos roteiros ainda disponíveis.

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Como está sendo a retomada dos cruzeiros no exterior?

No início de agosto, 27 casos de Covid-19 foram confirmados a bordo de um cruzeiro da Carnival Cruises pelo Caribe. Uma passageira idosa acabou falecendo. O número de infectados poderia ter sido maior se o número de pessoas vacinadas a bordo não fosse tão alto: 96% dos passageiros e 99% dos tripulantes.

O incidente, somado ao avanço da variante Delta, fez com que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos aumentasse o alerta para viagens de navio, que agora são classificadas como de alto risco. A autoridade de saúde norte-americana também passou a defender que pessoas com comorbidades não devem embarcar em cruzeiros, independentemente do seu status de vacinação

No Caribe e nos Estados Unidos, o comprovante de imunização está sendo pedido pela maioria das armadoras. No Brasil, a vacinação será um pré-requisito para viajar de navio.

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Como se proteger da Covid-19 durante um cruzeiro?

A médica Raquel Stucchi, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que mesmo os que foram totalmente vacinados contra a Covid-19 ainda podem se infectar, apresentar sintomas e repassar o vírus adiante. “Nenhuma vacina garante 100% de proteção. Porém, elas diminuem bastante o risco de desenvolver formas graves da doença que possam levar à internação e ao óbito”, ressaltou. Por esse motivo, a vacinação continua sendo a recomendação número um antes de embarcar em uma viagem de navio.

A infectologista também recomenda que, para evitar contaminações, os passageiros passem a maior parte do tempo em espaços abertos ou com boa ventilação natural e sigam os protocolos já conhecidos. “O ideal é que toda a programação a bordo seja feita ao ar livre. Limitar o tempo e o número de pessoas em ambientes fechados – somado ao uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social – reduz sim o risco de transmissão do coronavírus”, afirma.

Aqui, a médica ressalta para a importância do uso correto da máscara, que deve cobrir o nariz e a boca e ter um bom poder de filtração, como é o caso da PFF2. “Mesmo que você esteja vacinado e em um espaço aberto, é importante utilizar a máscara sempre que estiver próximo de outros passageiros que não fazem parte do seu convívio diário. O ideal é tirar a máscara apenas quando estiver dentro da piscina, tomando sol, comendo ou bebendo. Também não se esqueça de levar máscaras suficientes para poder trocá-las ao longo do dia, principalmente se elas molharem”, aconselha.

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Quando ficar de máscara não for uma possibilidade, valem as regras de distanciamento social. “Evite ficar próximo de outras pessoas quando estiver dentro da piscina ou se alimentando. É preciso manter um distanciamento de pelo menos um metro e meio”, conclui. Por fim, vale o bom senso: “todos aqueles que tiverem quadros respiratórios, mesmo que leves, não devem viajar. O mesmo vale para os que tiveram contato com alguém que recebeu resultado positivo para a Covid-19 ou está aguardando resultado de exames”.

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