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Roteiro de carro por Penedo e Visconde de Mauá

As belas paisagens da estrada, a herança finlandesa, os centrinhos charmosos e as cachoeiras pelo caminho

Por Fernando Leite
Atualizado em 16 Maio 2023, 14h55 - Publicado em 9 Maio 2023, 10h14
Visconde de Mauá, Rio de Janeiro, Brasil
A Igreja de São Sebastião, de 1912, marca a entrada de Visconde de Mauá (Eduardo Fonseca Arraes/Getty Images)
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Ladeando a Via Dutra por quase 200 quilômetros – o que é praticamente metade do caminho entre São Paulo e Rio de Janeiro –, a Serra da Mantiqueira confere um charme especial à rodovia mais importante do país. Na maior parte do tempo, a cadeia de montanhas aparece um pouco distante, mas justo em seu trecho mais elevado e exuberante, o maciço do Itatiaia, a Dutra quase encosta na serra. E é dali que sai a estrada que sobe a Mantiqueira e termina no cenário arrebatador de Visconde de Mauá, um dos lugares mais queridos pelos pombinhos apaixonados e por amantes de aventura. Ah, e veja também o outro roteiro de carro que eu indico entre Petrópolis e Lumiar, passando por Itaipava, Teresópolis e Nova Friburgo.

Até o centrinho de Visconde de Mauá, a estrada tem 30 quilômetros. Mas, com vários desvios e paradas possíveis para tirar fotos, a viagem pode demorar um bocado. Primeiro pit stop que vale fazer, Penedo está colada na Dutra, ainda no trecho plano da estrada.

+ Serra Fluminense de carro:  Petrópolis, Itaipava, Teresópolis, Nova Friburgo e Lumiar.  

Penedo é uma graça – e quem sabe você decide passar ao menos uma noite por lá. O lugar foi escolhido por finlandeses que imigraram para o Brasil no final da década de 1920. Em um rolê na antiga colônia, deparamos com casinhas de madeira com cores vibrantes, um povo hospitaleiro sempre disposto a narrar histórias do país nórdico e uma boa oferta de restaurantes e pousadas (veja algumas opções pelo Booking).

No Museu Eva Hilden, há trajes típicos, artesanato e fotos que ajudam a contar a saga do povoado. O Shopping Pequena Finlândia tem várias lojas de souvenires e a réplica da Casa do Papai Noel, cheia de apelo para a criançada que não precisa esperar dezembro chegar para ter um tête-à-tête com o bom velhinho. Não deixe de conhecer ainda as fábricas e lojas de chocolate, como a Tonttulakki Suklaat.

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Voltemos para a estrada. Aviso do que vem adiante, os primeiros quilômetros alternam trechos leves de aclives e declives. Pouco se vê a Mantiqueira pela frente. Mas no meio do caminho uma placa indica a Serrinha do Alambari. Mais um local que vale o desvio. Apesar dos cinco quilômetros de estrada de chão, o distrito de Resende possui poços e pequenas cachoeiras de águas geladas e cristalinas (todos em propriedades particulares, um deles dentro do Camping Clube do Brasil). E tem a Trutas da Serrinha, que abastece vários restaurantes da região – leve uma sacola térmica no porta-malas, o preço compensa.

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Uma reta grande, com gado pastoreando ao lado (quando não invade a estrada), marca a chegada ao povoado Capelinha. Agora é hora de encarar a serra de frente. Até Visconde de Mauá, são mais 15 quilômetros – dez de subida e cinco de descida – em um trecho estreito e muito sinuoso. Ao condutor nada resta a não ser manter o foco na estrada – há pelos menos três curvas bem fechadas. Se não enjoarem, os passageiros curtem muito o visual. Por vários momentos, aparece uma vista linda do Vale do Paraíba.

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A 1.300 metros, uma torre de telefonia indica que você chegou ao alto da serra. Dois mirantes permitem uma paradinha para fotos. De um lado, você se despede do Vale do Paraíba, de outro, avista um vale montanhoso, paisagem digna de um quebra-cabeça com mil peças. A descida é tão sinuosa quanto a subida, mas mais rápida. A ansiedade em chegar bate forte. Ao avistar uma igrejinha no meio da praça, parabéns, você está em Visconde de Mauá.

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Acabou, só que não – ainda sobra um chorinho de nove quilômetros. Contextualizando para quem nunca botou os pés nessas bandas: Visconde de Mauá é dividida em várias vilas. Quase todo mundo chega pela que dá nome ao local, onde estão concentrados o comércio e alguns restaurantes. À esquerda, Maringá tem o maior número de pousadas e restaurantes. E Maromba é point dos descolados e ripongas, com muitas cachoeiras ao redor.

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O chorinho segue justamente esse rumo e agora a estrada tem a companhia do Rio Preto (que divide Rio de Janeiro e Minas Gerais) sempre à direita e com montanhas dos dois lados. Praticamente a cada quilômetro percebemos placas indicando vales: Grama, Pavão, Cruzes, Alcantilado. Todos ficam montanha acima escondendo pousadas, restaurantes e cachoeiras em meio à mata. Para quem busca privacidade total, esses locais são perfeitos.

Busque hospedagem em Visconde de Mauá pelo Booking

A agitada Maringá aparece seis quilômetros adiante. Com um monte de lugares para comer e lojinhas de artesanato nos fins de semana, cruzar seu centrinho dá uma certa canseira. Um pouco mais distantes, as cachoeiras do Vale do Alcantilado ficam depois de uma trilha íngreme de 1,5 quilômetro. Se for visitá-la, aproveite para conhecer também o Museu Duas Rodas, localizado bem próximo da portaria.

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O asfalto termina três quilômetros depois, em Maromba, também com uma igrejinha bucólica, mas cercada por hostels e restaurantes. Daí para a frente, só há uma estrada de chão bem esburacada que leva até cachoeiras e poços para banho. Por causa do acesso fácil, a Santa Clara e a Escorrega são as mais populares.

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ONDE FICAR

Penedo – Próximo ao trevo principal, o colorido Hotel Girassol tem acomodações amplas e piscina para quem viaja com a família. No Hotel Britannia, a 500 metros do centro de Penedo, a decoração é temática do Reino Unido: há cabine telefônica na entrada, placa dos Beatles, uma parede imitando a plataforma 9 3/4 de Harry Potter e muito vermelho. Para se hospedar em pleno centro, uma opção é o Hotel Aromas de Penedo, com piscina e sauna. Localizada no Vale do Ermitão, na parte alta de Penedo, a Pousada Serra da Índia é preparada para receber casais e o café da manhã é servido em um deck com vista para as montanhas do Itatiaia. Busque mais opções de hospedagem pelo Airbnb.

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+ Serra Fluminense de carro:  Petrópolis, Itaipava, Teresópolis, Nova Friburgo e Lumiar.  

Visconde de Mauá – Reduto de pombinhos apaixonados, as pousadas estão distribuídas pelas vilas. No caminho para a Pedra Selada, a Mauá Brasil tem enormes chalés com vista para a formação, banheiras de hidromassagem, academia e quadra de tênis. Escondida no meio do Vale do Pavão, a Pousada Tijupá só recebe casais, que podem tomar um vasto café da manhã até às 13h. Viaja com criança? Então seu hotel é o Bühler, que tem quadras esportivas e uma grande piscina. Além da localização nos arredores da Cachoeira do Escorrega, a Pousada Déllis, a Pousada Portal dos Ventos e a Pousada dos Amores têm em comum o fato de hospedarem em chalés românticos com banheira de hidromassagem. Veja também as opções de hospedagens em Visconde de Mauá pelo Airbnb.

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ONDE COMER

Penedo – De menu variado, o Jardim Secreto é um dos restaurantes mais elogiados de Penedo. Os sabores escandinavos podem ser provados no intimista Jazz Village Bistrô, dentro da Pousada Pequena Suécia. Sempre cheio, o Casa do Fritz serve receitas alemãs e cervejas. Já o Braseiro é uma churrascaria no centrinho. Para comer uma truta fresquinha, vá ao Rei das Trutas ou ao Truta Viva, esse último a 5 km do centrinho. Na hora da sobremesa, considere os sorvetes artesanais do Fuê e os croissaints e as tortas da Quatro Marias Boulangerie.

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Visconde de Mauá – Um dos melhores restaurantes mineiros do país fica no Rio de Janeiro, mas com Minas Gerais logo ali, do outro lado do Rio Preto: é o Gosto com Gosto, uma tradicional casa no centrinho de Mauá. Além de abastecer as pousadas de Mauá com seus deliciosos pães, o Bistrô das Meninas, que fica no lado mineiro de Maringá, serve pratos da culinária francesa. O Hai mescla a culinária indiana com ingredientes tipicamente brasileiros – como a panceta à pururuca acompanhada de geleia agridoce de pimenta.

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+ Serra Fluminense de carro:  Petrópolis, Itaipava, Teresópolis, Nova Friburgo e Lumiar.  

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