Petrópolis, na Serra Fluminense, pode até ser conhecida pelas suas heranças do Período Imperial, mas uma de suas atrações mais surpreendentes surgiu muito depois. A história do icônico Palácio Quitandinha começa nos anos 1940, quando sua construção foi encomendada pelo empresário mineiro Joaquim Rolla, proprietário de cassinos no Rio de Janeiro.
Os arquitetos Luis Fossati e Alfredo Baeta Neves foram os responsáveis pelo projeto do palácio em estilo neo-normando. Já os interiores foram elaborados pela decoradora e cenógrafa estadunidense Dorothy Draper, inspirados em antigos cenários hollywoodianos – e é essa característica que marca, ainda hoje, a visita ao local. A atmosfera cenográfica é um deleite para os olhos e tudo isso aliado ao colorido dos detalhes faz parecer um cenário pronto para um filme de Wes Anderson.
Cenário de cinema para eventos históricos
Durante o apogeu do Palácio Quitandinha, o clima era mesmo de cinema. O espaço foi o mais glamuroso hotel-cassino da América do Sul e chegou a receber hóspedes ilustres como Walt Disney, Greta Garbo e Carmen Miranda.
Ali também aconteceram eventos importantes, dentre eles a primeira edição do concurso de Miss Brasil (do qual saiu vencedora Martha Rocha), a Conferência Interamericana de 1946 e a assinatura do Tratado do Rio de Janeiro, que firmou as bases do que viria a ser a Organização dos Estados Americanos (OEA).
Em 1946, com a proibição dos cassinos no Brasil, o Palácio Quitandinha viu o fim da sua era dourada e, aos poucos, precisou se reinventar.
Em 2017, as áreas sociais do prédio foram adquiridos pelo Sesc Rio, que recuperou e revitalizou os espaços para transformá-lo no que hoje é o Sesc Quitandinha, um centro cultural que recebe exposições de arte e eventos culturais. Consulte a programação no site.
Além disso, a instituição oferece visitas guiadas gratuitas, com duração aproximada de 45 minutos, de terça-feira a domingo entre 10h e 16h30.
Parte da construção continua servindo como hospedagem: há 440 apartamentos, muitos deles divididos em dois andares, que podem ser reservados neste link. A parte de hospedagem não é gerida pelo Sesc. Vale dizer que o Palácio Quitandinha fica em uma região mais afastada, a cerca de cinco quilômetros do centro de Petrópolis.
O que ver no Palácio Quitandinha
Um dos primeiros ambientes depois da entrada é o Salão de Diversões, que hoje serve como foyer e acesso para o Salão Mauá, a principal atração do local. Ali, há uma cúpula gigantesca com 50 metros de circunferência sob a qual ficavam as mesas e máquinas de jogos de aposta.
Também é possível acessar a Galeria das Estrelas, com fotos que contam a história do palácio, e visitar a icônica piscina, idealizada a partir da forma de um piano de cauda e decorada com pinturas inspiradas na obra Vinte Mil Léguas Submarinas, de Júlio Verne.
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Outra sala importante é o Teatro Mecanizado, onde aconteciam apresentações de teatro, música e literatura. Hoje, o espaço continua recebendo eventos diversos.
Um dos ambientes mais preservados do Quitandinha é o Bar Central, que agora recebe um restaurante chamado Q Bistrô, comandado pela chef carioca Andressa Cabral. Repare nas paredes, revestidas com azulejos portugueses pintados à mão com motivos florais.
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Como visitar o Quitandinha?
O palácio está localizado na Av. Joaquim Rolla, nº 2. O funcionamento é de terça-feira a domingo, incluindo feriados, das 10h às 17h. A entrada e o tour guiado de cerca de 45 minutos são gratuitos: os passeios ocorrem em vários horários ao longo do dia (informe-se na recepção ao chegar).
No entorno, também é possível visitar o Lago Quitandinha, que nos tempos áureos do palácio compunha uma praia artificial com areias trazidas da Praia de Copacabana. A atração funciona de terça-feira a domingo, das 9h às 17h (em caso de condições climáticas desfavoráveis, a visitação é suspensa).
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