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Icaraí de Amontada, a praia dos fortalezenses

Icaraí de Amontada brilha com tudo aquilo que se espera do litoral cearense: dunas, lagoas, calor, superpousadas e gente voando sobre as águas

Por Nana Tucci
Atualizado em 23 jul 2021, 17h33 - Publicado em 13 set 2011, 12h43
Praia Icaraí de Amontada, Icaraí de Amontada, Ceará
 (Fabrício Fernandes Feijó/Flickr/Creative Commons/Arquivo pessoal)
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Pergunte a um fortalezense em que praia ele anda esticando a toalha (e a canga) nos fins de semana e, com o sorriso natural daquela gente, vem a resposta: “Icaraizinho…” E não é a Icaraí ao lado da capital, a 15 quilômetros da Avenida Beira-Mar, mas uma bem mais distante, 180 quilômetros a oeste, entre Flecheiras e Jeri. Icaraí de Amontada, seu nome oficial, tem ainda uma dificuldade adicional: os últimos 27 quilômetros da estrada de terra e areia praticamente não têm sinalização. É um lugar que está tudo, menos à mão, mas virou hit por sua aura de paraíso perdido.

Extensa, a praia tem cata-ventos fincados na paisagem, desses de geração de energia, tanto quanto pranchas de kite e windsurfe se equilibrando sobre o mar esverdeado. Quanto às dunas de Icaraizinho, elas são torneadas por rios que encontram o mar. No cristalino Aracatiaçu, dá para boiar em uma margem e se deixar levar pela correnteza até a outra.

Se você não quiser passar o dia todo flanando, há agradáveis passeios de barco às praias vizinhas. Em Almofala, há uma igreja construída em 1716 que ficou anos soterrada antes de ser reerguida. Já Patos guarda antigos casarões portugueses abandonados. Na Barra das Moitas, bois puxam charretes com redes lotadas de peixes. Quem pode (e deve) te levar a todos esses lugares é o único guia turístico de Icaraizinho, Eve Vieira de Queiroz – o Eve -, que todo mundo lá conhece. Ele e o amigo Miguel também gostam de promover com os turistas as “noitadas nas dunas”. Numa casinha de barro sobre o morro de areia, servem caipirinhas e lagostas à vontade em copos e cumbucas feitos de coco.

Assim como em Jericoacoara, a natureza ajuda – e muito -, mas não é o que mais fascina quem visita o lugar. É, isso sim, o clima de vila pacata, espécie de Terra de Oz, onde as pessoas parecem mais felizes e o relógio não tem ponteiros. Mas, em Icaraizinho, não há bugueiros disputando sua companhia nem pousadas com TVs de LCD e ar-condicionado de última geração. O negócio é bem outro. Caminhões paus de arara ainda fazem o percurso diário de 50 quilômetros de Icaraí até a sede do município, Amontada, para o povo conseguir pagar suas contas em dia. Esse é o principal motivo pelo qual a tal estrada de terra e areia já começa a receber asfalto em alguns pontos. Se você quer ter um gostinho de desbravador desse lugar, melhor apressar-se.

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