Morro da Tapera reúne amantes do voo livre em Porto Alegre
O Morro da Tapera proporciona uma vista estonteante e faz com que os frequentadores sonhem em vê-lo preservado
Com 252 metros de altura, localizado na zona sul de Porto Alegre, fica um personagem que faz parte da história da capital gaúcha. O Morro da Tapera já forneceu material rochoso para a construção de pontos importantes, como a Catedral Metropolitana e o Palácio Piratini. Atualmente, faz com que os poucos frequentadores sonhem que mais gente descubra seus encantos e que esse achado gere um movimento de preservação da natureza local.
Hoje o projeto #hellocidades, de Motorola, lança o olhar a um local que proporciona uma das vistas de 360 graus mais impressionantes da capital e às pessoas que ousam voar dali. E, de quebra, convida porto-alegrenses a redescobrirem a cidade do alto.
A 12 quilômetros do centro da capital gaúcha, o Morro da Tapera foi o primeiro campo de voo da antiga Viação Aérea do Rio Grande do Sul, a Varig, na década de 1940. Hoje, é frequentado por diversas tribos: tem o pessoal da biologia, do mountain bike, do downhill, do voo livre, e até de grupos religiosos.
Além da paixão pelo local e por suas trilhas pouco exploradas, essas pessoas têm em comum o encanto pela vista incrível da cidade que o lugar proporciona. No ponto mais alto do morro há uma rampa natural, que, há mais de 20 anos, atrai aqueles que desafiam as leis da física. Quem curte voar indica o local, de onde é possível decolar para quase todos os quadrantes de vento, o que pode garantir um excelente desempenho técnico nos voos.
Leonardo Luís Polese Mollerke passou a vida como vizinho do morro. O fascínio por voar veio por estímulo do pai, que, apesar de manter os próprios pés no chão, levava o filho aos shows da Força Aérea Brasileira e fazia despertar nele a vontade de criar asas. Quando Leonardo tinha 15 anos, conheceu o voo livre no Morro da Tapera por intermédio de um vizinho. “No meu primeiro voo, eu não sabia se estava mais emocionado ou com medo. Pousei todo errado. Mas, no momento em que coloquei o pé no chão, eu disse ‘vamos de novo’”, diz.
Foi olhando de cima que ele viu o tempo passar. “Lembro de estar voando 17 anos atrás e olhar para onde hoje é a Restinga e só ver campo. A cada voo, vi a cidade crescer um pouquinho. E como cresceu”, relembra Leonardo.
Mesmo com uma vista de tirar o fôlego e a facilidade de poder voar para todos os lados, a Tapera ainda tem defeitos, na opinião de quem pratica o esporte. Para Leonardo, a dificuldade de ter que fazer boa parte da subida a pé com o equipamento pesado nas costas espanta algumas pessoas.
Além disso, não há um campo próprio para pouso, o que não chega a impedir a prática, mas impõe restrições da própria Federação Gaúcha de Voo Livre. Mesmo assim, para quem tem licença para voar, a Tapera pode se tornar um segundo lar. “Tem gente que vai para longe viver essa experiência, sendo que a gente tem aqui, no pátio de casa, uma rampa natural, com ótimas possibilidades técnicas, e que ainda te dá uma vista linda da cidade para qualquer lado que se vá. Imagina, dá para voar dentro de casa!”, diz Leonardo.
Pelo menos uma vez por semana, ele e um grupo de amigos levanta voo no lugar. A turma tem 12 pessoas — muitas delas também viviam nos arredores da Tapera e começaram a voar jovens, como Leonardo. A prática só reforçou as relações entre eles. “A gente queria poder formar uma ONG para proteger o morro”, diz. Para Leonardo, o lugar tem um enorme potencial para se tornar um parque ecológico. A organização também poderia aproximar os praticantes de voo com os de outros esportes, como ciclistas e trilheiros.
Se você se interessar por voo livre, suba o morro e busque informações com os veteranos na prática. Quem sabe, em breve, você também pode se tornar um dos voadores da Tapera! Registre a vista do mirante com a hashtag #hellocidades e reconecte-se com Porto Alegre em hellomoto.com.br.