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Curitiba recebe exposição dos Gêmeos no Museu Oscar Niemeyer

Enquanto estiver em cartaz, a fachada do museu exibirá grafites da dupla – decisão que desagradou o bisneto de Niemeyer e empolgou o artista Vik Muniz

Por Bruno Chaise
Atualizado em 23 mar 2022, 13h42 - Publicado em 2 set 2021, 14h39
Fachada do Museus Oscar Niemeyer
Obra temporária na fachada do Museu Oscar Niemeyer. Ação não agradou bisneto do arquiteto. Crédito:  (Os Gêmeos/Divulgação)
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Depois de ter atraído mais de 500 mil pessoas nos onze meses em que ficou em cartaz na Pinacoteca de São Paulo, a exposição OSGEMEOS: Segredos” desembarcou em Curitiba para dar início a uma nova temporada no Museu Oscar Niemeyer (MON). Em cartaz na capital paranense de 16 de setembro até 3 de abril de 2022, a mostra reúne mais de cem obras dos paulistanos Gustavo e Otávio Pandolfo, incluindo pinturas, esculturas inéditas, instalações imersivas e até mesmo blocos de rascunho rabiscados pelos irmãos ainda na adolescência.

Antes mesmo de adentrar o museu, os visitantes já se deparam com obras da dupla. Se em São Paulo os gêmeos ficaram responsáveis por adaptar o letreiro da Pinacoteca, em Curitiba eles coloriram a fachada com os seus famosos personagens amarelos. Os curitibanos que passavam por ali lotaram o gramado em torno da construção para assistir Gustavo e Otávio grafitando ao vivo, mas a intervenção artística desagradou o bisneto de Oscar Niemeyer, Paulo Sérgio.

Em suas redes sociais, o herdeiro de um dos arquitetos mais renomados do mundo classificou o trabalho como “pichação” e prometeu acionar a justiça. “É com grande tristeza e revolta que vi o que esses dois fizeram na obra de meu bisavô”, escreveu ele. Em resposta, o MON disse que os irmãos foram convidados pelo museu a criar uma obra temporária nas paredes da fachada, que será pintada de branco novamente após o fim da exposição. Na contramão ao desagravo do bisneto, a Fundação Oscar Niemeyer, responsável pelo gerenciamento e preservação da obra do arquiteto, parabenizou o museu pela mostra.

Vik Muniz, um dos mais importantes artistas plásticos em atividade, mostrou-se a favor da intervenção na fachada do MON e comentou na postagem que a Folha de S.Paulo fez sobre a suposta polêmica. “O bisneto do arquiteto, sensível que é à arte do próximo, deveria entender que a função de um museu é se metamorfosear temporariamente a cada exposição se tornando assim sempre novo. A sua linhagem genética com o grande artista não lhe dá o direito de transformar o museu em um mausoléu.” Após uma saraivada de críticas e outro tanto de elogios, Vik completou: “Como artista eu defendo o trabalho do grande arquiteto assim como a função primária de um museu que é a de testar os limites do seu próprio significado. Tem tanta coisa para se chorar nesse momento. No fim da exposição, é só cobrir de novo de tinta e pronto. Pronto para a próxima blasfêmia!🙂”

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Popularmente conhecido como “Museu do Olho” por seu formato, o MON inaugurou em 2002 como um dos maiores museus de arte da América Latina: são cerca de 35 mil m² quadrados de área construída e mais de 17 mil m² de área para exposições. Ele pode ser visitado de terça-feira a domingo, das 10h às 18h (a última entrada nas salas de exposição é às 17h30). Os ingressos custam R$ 30 (inteira) com exceção da quarta-feira, quando a entrada é gratuita. Em todos os dias é necessário reservar com antecedência pela internet. Saiba mais no site do museu.

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